ATA DA VIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 12-4-2007.

 


Aos doze dias do mês de abril do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Clênia Maranhão, DJ Cassiá Gomes, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Celeste, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Newton Braga Rosa, Nilo Santos e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pela Mesa Diretora, o Projeto de Resolução nº 042/07 (Processo nº 1877/07); pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providência nos 632, 633 e 634/07; pelo Vereador Guilherme Barbosa, os Pedidos de Providência nos 637 e 638/07 e o Pedido de Informação nº 047/07 (Processo nº1945/07); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providência nos 509, 510, 511 e 512/07 e o Projeto de Lei do Legislativo nº 042/07 (Processo nº 1487/07); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Informação nos 045 e 046/07 (Processos nos 1933 e 1935/07, respectivamente); pela Vereadora Maria Luiza, os Pedidos de Providência nos 639, 640, 641, 642, 643 e 644/07; pela Vereadora Neuza Canabarro, os Pedidos de Providência nos 645, 646, 647, 648 e 649/07; pelo Vereador Sebastião Melo, os Pedidos de Providência nos 635 e 636/07. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 0275, 5098 e 5128/07, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, a Senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Padre Vanderlei Mengue Bock, Pároco da Paróquia São Jorge, que convidou os presentes a participarem a 54ª Festa de São Jorge, no período de quatorze a vinte e nove de abril do corrente, em Porto Alegre, relatando atividades programadas para esse evento. Nesse contexto, discorreu sobre a história de São Jorge, morto no ano trezentos e três, e avaliou a importância da religião no mundo contemporâneo, enfatizando o papel desempenhado pela fé como elemento de construção e transformação da sociedade. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Professor Garcia, Aldacir Oliboni, José Ismael Heinen, João Carlos Nedel, Dr. Raul e Ervino Besson e a Vereadora Maria Luiza manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Ainda, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Padre Vanderlei Mengue Bock, que convidou a todos para participarem da novena que integrará a 54ª Festa de São Jorge, a ser realizada no dia dezessete de abril do corrente. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Aldacir Oliboni, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a homenagear a Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes, nos termos do Requerimento nº 009/07 (Processo nº 0708/07), de autoria do Vereador Aldacir Oliboni. Compuseram a Mesa: a Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Professor Rudi Schnorrenberger e as Professoras Liana Melo André e Marta Sieradzki Cunha, respectivamente Vice-Diretor, Coordenadora Cultural e ex-Diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes; a Aluna Kerollin Zamboni dos Santos, representando a Turma B32 e participante dos Coletivos Jovens da Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Aldacir Oliboni lembrou que a fundação da Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes ocorreu a partir da mobilização dos moradores daquela comunidade, que se uniram e priorizaram a obra junto ao Programa de Orçamento Participativo de Porto Alegre. Nesse sentido, parabenizou o corpo docente e discente da entidade homenageada, afirmando que o trabalho conjunto de todos viabilizou os índices positivos de aprendizado ali observados. A Vereadora Sofia Cavedon declarou que a Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes nasceu com uma missão de transformar sonhos em possibilidades, garantindo uma educação diferenciada e adaptada às necessidades da região na qual se encontra inserida. Também, destacou a importância da educação, salientando que a presente homenagem reflete a posição desta Casa, de apoio aos movimentos de defesa e qualificação do sistema público de ensino. A seguir, a Senhora Presidenta concedeu a palavra ao Professor Rudi Schnorrenberger, que, em nome da Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes, agradeceu a homenagem prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Na ocasião, a Senhora Presidenta informou que os trabalhos seriam suspensos e, durante essa suspensão, o Vereador Aldacir Oliboni procederia à entrega de Diploma ao Professor Rudi Schnorrenberger, relativamente à homenagem hoje prestada à Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes. Às quinze horas e um minuto, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e três minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maristela Maffei registrou sua preocupação com a forma como a imprensa vem divulgando debates sobre maioridade penal e pena de morte, atentando para a necessidade de análise aprofundada dos aspectos políticos e sociais que envolvem essas questões. Além disso, apresentou dados acerca do número de jovens que são vítimas de atos de violência, sublinhando que essa situação resulta, em grande parte, dos níveis de desigualdade social existente no País. Após, a Vereadora Maristela Maffei manifestou-se, informando que esteve presente às Sessões ocorridas neste Legislativo no dia de ontem, tendo participado, a partir das dezoito horas e trinta minutos, de reunião realizada pela comunidade do Bairro Lomba do Pinheiro. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Márcio Bins Ely reportou-se ao Projeto de Lei do Legislativo nº 218/05, de sua autoria, aprovado por esta Câmara, que altera de trinta para quinze minutos o tempo de espera em filas dos caixas de estabelecimentos bancários. Ainda, cumprimentou a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio pela fiscalização que vem efetuando no relativo ao cumprimento dessa legislação por parte das instituições financeiras situadas em Porto Alegre. Em prosseguimento, foi apregoado o Memorando nº 078/07, firmado pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa que o Vereador Newton Braga Rosa representará externamente este Legislativo na abertura do 8º Fórum Internacional sobre Software Livre, no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul – FIERGS –, hoje, às quinze horas. Também, a Senhora Presidenta convidou as Vereadoras deste Legislativo para comparecerem ao Gabinete da Presidência para a solenidade de inauguração da Galeria das Pioneiras. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Carlos Nedel abordou o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 023/06, do Vereador Alceu Brasinha, que altera a Lei Complementar nº 555/06, relativa ao uso de produtos fumígenos em recintos coletivos. Quanto ao tema, defendeu a aprovação do Substitutivo nº 01, aposto por Sua Excelência ao Projeto, asseverando que essa proposta foi construída em conjunto com a sociedade, na busca de um consenso que preserve os direitos dos não-fumantes. O Vereador José Ismael Heinen avaliou pesquisa interativa efetuada hoje pelo Programa Polêmica, da rádio Gaúcha, acerca da confiabilidade das instituições brasileiras, registrando que o primeiro lugar, como a mais confiável, ficou com as Forças Armadas, seguido pela igreja e pela imprensa. Ainda, comentou o Projeto de Lei do Legislativo nº 079/05 e apoiou a constituição, no Congresso Nacional, de Comissão Parlamentar de Inquérito referente à crise no tráfego aéreo no País. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson criticou a gestão da Governadora Yeda Crusius no Governo do Estado, citando problemas verificados nas Secretarias Estaduais da Educação e da Segurança e contestando, em especial, a demissão do Senhor Enio Bacci. Igualmente, afirmou que a substituição desse Secretário representou perdas para os gaúchos, considerando competente e responsável o trabalho por ele realizado na condução das políticas de segurança pública no Rio Grande do Sul. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, de alunos e da Professora Simone Simionovschi, da Escola de Educação Básica Rainha do Brasil, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação Política desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 015/07, discutido pelos Vereadores Professor Garcia, Adeli Sell e Márcio Bins Ely, o Projeto de Lei do Executivo nº 007/07, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Resolução nº 022/07, discutido pelo Vereador Adeli Sell; em 3ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 033/07, discutido pelo Vereador Professor Garcia. Ainda, o Vereador José Ismael Heinen manifestou-se durante o período de Pauta. Após, por solicitação do Vereador José Ismael Heinen, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Wilson Rodrigues, membro do Conselho Consultivo da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul – FEDERASUL –, falecido no dia dez de abril do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maria Luiza aludiu aos debates sobre o Projeto de Lei do Legislativo nº 079/05, ocorridos ontem nesta Casa, declarando-se favorável à retirada da exigência de fardamento para que soldados e cabos da Brigada Militar sejam isentos de tarifa nos transportes coletivos. Ainda, concordou com a necessidade de controle dessas isenções pelo Município, mas frisou os benefícios sociais resultantes da proposta da Vereadora Maria Celeste. A seguir, por solicitação do Vereador Haroldo de Souza, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Marco Aurélio Cassal Cunha, motorista do Vereador João Antonio Dib, falecido hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia discorreu sobre a realização da Quinta Feira do Peixe da Restinga, ocorrida nos dias quatro a seis de abril do corrente, destacando a relevância social e econômica do evento para a comunidade. Em relação ao assunto, registrou que, na ocasião, Sua Excelência foi escolhido como Patrono da Feira, agradecendo a honraria e ressaltando a responsabilidade e a importância que esse título representa. O Vereador João Antonio Dib manifestou-se acerca de imperfeições que, segundo Sua Excelência, apresenta o Projeto de Lei do Legislativo n° 079/05 e suas Emendas. Também, considerou injustificável a não-votação do referido Projeto de Lei nesta Casa no dia de ontem, sustentando que os Vereadores que não apóiam o Governo Municipal provocaram esse fato, com o objetivo de dar a impressão de que essa proposta deixou de ser apreciada somente por falta de quórum. Na ocasião, o Vereador Professor Garcia formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando cópia das notas taquigráficas do pronunciamento realizado pela Vereadora Maria Luiza durante a presente Sessão, tendo a Vereadora Maria Luiza manifestado-se a respeito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei contestou o Projeto de Lei do Legislativo n° 079/05, afirmando que Soldados e Cabos da Brigada Militar carecem de equipamento apropriado e recebem salários que não atendem adequadamente as suas necessidades básicas, alegando que esse Projeto não resolve os principais problemas enfrentados por essa categoria. Além disso, questionou a presença de brigadianos armados neste Plenário durante a Sessão Ordinária realizada no dia de ontem. O Vereador Adeli Sell traçou um comparativo entre as causas do afastamento do Senhor Enio Bacci e do ex-Secretário José Paulo Bisol, no comando da Secretaria Estadual da Justiça e Segurança. Ainda, reportou-se ao pronunciamento do Vereador João Antonio Dib, referente ao fato de que o PLL n° 079/05 deixou de ser votado ontem, justificando que a retirada de quórum durante as Sessões Plenárias faz parte do processo político que rege as Casas Legislativas. O Vereador Luiz Braz declarou que a Governadora Yeda Crusius demitiu o Senhor Enio Bacci para garantir as condições de governabilidade do Rio Grande do Sul. Nesse contexto, classificou como simplista a afirmação de que essa decisão teve influências externas. Também, teceu considerações a respeito do período em que o Senhor José Paulo Bisol exerceu a pasta da Segurança Pública no Rio Grande do Sul. O Vereador Haroldo de Souza comentou os trabalhos realizados na Sessão Extraordinária de ontem, neste Plenário, avaliando que alguns Vereadores cometeram impropriedades de conduta e julgando que os representantes da Brigada Militar, ao permanecerem armados enquanto acompanhavam as discussões, mantiveram uma atitude arrogante. Igualmente, questionou a demissão do Senhor Enio Bacci, instando os membros do PDT a exigirem da Governadora Yeda Crusius maiores esclarecimentos a respeito desse fato. O Vereador José Ismael Heinen comentou que, no dia de ontem, estiveram presentes, neste Plenário, soldados e cabos da Brigada Militar, para acompanhar os debates atinentes ao Projeto de Lei do Legislativo nº 079/05, ressaltando ser direito de todos os trabalhadores brasileiros o recebimento do vale-transporte. Também, declarou que as armas que os brigadianos portavam durante a Vigésima Primeira Sessão Ordinária integram o uniforme militar, sendo usadas por esses profissionais no exercício de suas atividades. A seguir, a Vereadora Clênia Maranhão formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão, tendo se manifestado a respeito os Vereadores João Antonio Dib e Adeli Sell. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às dezessete horas e um minuto, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e treze minutos, constatada a existência de quórum. Após, foi votado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Elói Guimarães, solicitando que a votação do Projetos de Lei do Legislativo nº 079/05 ocorresse às dezoito horas do dia de hoje, o qual obteve três votos SIM, onze votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, João Antonio Dib, Elói Guimarães, Adeli Sell e Bernardino Vendruscolo, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os Vereadores DJ Cassiá Gomes e Elói Guimarães e a Vereadora Maristela Maffei, Não os Vereadores Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Valdir Caetano e optado pela Abstenção os Vereadores Almerindo Filho e Bernardino Vendruscolo. Na ocasião, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se acerca da regimentalidade do Requerimento de autoria do Vereador Elói Guimarães, anteriormente votado, tendo a Senhora Presidenta prestado esclarecimentos acerca do assunto. Também, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador Haroldo de Souza, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca da possibilidade de suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Ainda, o Vereador Professor Garcia formulou Requerimento verbal, solicitando fosse repetido o teor do Requerimento verbal formulado pelo Vereador Elói Guimarães, tendo a Senhora Presidenta prestado esclarecimentos e o Vereador Elói Guimarães manifestado-se sobre o assunto. Às dezessete horas e trinta e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste e Maristela Meneghetti e pelos Vereadores João Carlos Nedel, Aldacir Oliboni e Luiz Braz, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Pe. Vanderlei Mengue Bock, representando a Paróquia São Jorge, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar do assunto relativo à 54ª Festa de São Jorge.

 

O SR. VANDERLEI MENGUE BOCK: Minha cordial saudação à Srª Presidenta desta digna e democrática Casa do Povo porto-alegrense, Verª Maria Celeste; aos demais integrantes da Mesa; aos ilustres Vereadores e Vereadoras aqui presentes, de um modo especial, à pessoa do Ver. Professor Garcia, nosso grande colaborador, minha sincera saudação e bênção; eu os saúdo e ainda desejo uma Feliz Páscoa, pois essa festa, na Igreja, é tão grande e importante, que sua comemoração se estende por oito dias.

Uso da palavra, nesta tarde, para convidar V. Exas e também a comunidade porto-alegrense a participarem da 54ª Festa de São Jorge.

Confesso-lhes que uma das perguntas que mais ouço na Paróquia de São Jorge é se ele existiu. São Jorge é considerado o ilustre entre os mártires, o glorioso e vitorioso soldado de Cristo.

No dia de 23 de abril, a Igreja, no Oriente e no Ocidente, celebra o grande mártir São Jorge. Porém, enquanto a última reforma litúrgica para a Igreja latina viu retroceder a importância desse Santo, para os fiéis ortodoxos ele será sempre um “megalomártir”, em honra do qual a festa se celebra no dia 23 de abril. Contudo, a Igreja Oriental, no dia 3 de novembro, também comemora a reconstrução da Igreja dedicada a São Jorge, em Lydda (atual Israel), onde foi deposto o seu corpo. Há uma tradição que aponta para o ano de 303 como o ano de sua morte. Como a liberdade de cultos para os cristãos se deu somente dez anos depois dessa data, supõe-se que, também, a Igreja, em honra a São Jorge, tenha sido construída por vontade do Imperador Constantino.

São Jorge nasceu na Capadócia, filho de pais cristãos, foi predestinado a empreendimentos nobres. Um velho manual russo assim diz sobre São Jorge: “Tendo ele ingressado para o serviço militar, distinguiu-se pela inteligência, coragem, capacidade organizativa, força física, porte nobre”. Mas é sobretudo no antigo escrito de Passio Georgii que encontramos descritos os detalhes dos inúmeros suplícios aos quais o valoroso militar cristão foi submetido ao confessar a sua fé até o fim. Algumas recentes publicações, como a de Minéon de abril, publicada no ano de 1985, aos cuidados do patriarcado de Moscou, relatam os diversos suplícios aos quais foi submetido o Santo. Com a ajuda de Deus e dos anjos, Jorge saía sempre vitorioso.

Em algumas representações, especialmente nos ícones, o mártir Jorge aparece montado num cavalo, quase sempre branco, no ato de matar um dragão que está a seus pés. Entre os ícones, existe um antiqüíssimo, conservado no mosteiro do Sinai, provavelmente do século VI, onde o Santo Jorge e São Teodoro aparecem ao lado da mãe de Deus, sentada num trono.

O culto de São Jorge é muito difundido, quer na dedicação de igrejas ou instituições, quer na piedade popular: desde Jerusalém, onde, já no século VI, existia um mosteiro e uma igreja dedicada ao santo, até Bizâncio, onde era venerado num orfanato; a Inglaterra o tem como padroeiro nacional; também o calendário anglicano conserva a festa; até a Rússia, onde a imagem do santo aparece no brasão da cidade de Moscou, e onde desde a primeira introdução do cristianismo, muitas igrejas e mosteiros lhe foram dedicados. E mesmo a cidade de Roma julga possuir o crânio do santo mártir conservado na Igreja de São Jorge al Velabro. A Geórgia - uma das 15 repúblicas que constituíam a União Soviética - tem uma ligação peculiar com São Jorge pelo nome. Porto Alegre também possui uma Paróquia dedicada a São Jorge, a primeira do Estado. O saudoso cardeal Dom Vicente Scherer determinou e confiou ao jovem sacerdote Pe. Paulo Scoppel a tarefa de construir, no bairro Partenon, uma igreja dedicada ao santo pelo importante fato de ali ser uma área militar e pelos dois históricos regimentos de cavalaria: Osório e Bento Gonçalves.

Assim, para o ano de 2007, pensamos que nada seria mais justo do que iniciarmos as festividades da 54ª Festa de São Jorge com uma cavalgada. O nosso cronograma de eventos está estruturado da seguinte forma: do dia 14 a 22 de abril, teremos a novena, em honra ao nosso santo padroeiro; dia 15 de abril, 1ª Cavalgada em honra a São Jorge; dia 23 de abril, dia do Santo; e dia 29, o ponto alto das nossas festividades: a Missa Campal, celebrada pelo Arcebispo Dom Dadeus Grings, Procissão e Festa.

Para concluir, desejo lembrar que São Jorge morreu lutando pelo que acreditava, e assim vos peço: lutem pelo povo porto-alegrense e não deixem morrer nele a esperança que o povo depositou em V. Exas., a esperança de uma Cidade melhor para viver.

Aguardo a presença de todos em nossa festa, juntos iremos celebrar a vida e a fé. Que Deus, no seu infinito amor, nos abençoe hoje e sempre. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Tenha a bondade, Pe. Vanderlei, de sentar-se à Mesa.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Pe. Vanderlei, Pároco da Paróquia São Jorge; prezada Vera Elisabete Fernandes, Secretária do Conselho Paroquial; Diácono Marco Antônio, falo em meu nome e em nome da Verª Clênia Maranhão. Queremos parabenizá-lo, Pe. Vanderlei, por mais uma vez o senhor estar aqui, na Câmara de Vereadores, divulgando essa festa, que, sem sombra de dúvida, a cada ano que passa, atrai milhares e milhares de fiéis de São Jorge. Sei da sua responsabilidade numa Paróquia que, em 54 anos, teve apenas dois padres como dirigentes espirituais – o Pe. Paulo Scopel e, depois, o Pe. Olavo Moesch -, mas sei também do empreendedorismo e do denodo que tem destacado a esta festa. O senhor este ano inovou, o que eram três dias passou para uma novena, e quero convidar os Vereadores, já que a novena começa agora, no dia 14, e vai até o dia 22. Este ano vai ser a primeira vez que terá a cavalgada. Haverá a missa do dia 23, que é Dia de São Jorge, e a procissão do dia 29, procissão essa que, no ano passado, reuniu mais de 15 mil fiéis. Tenho certeza de que, a cada ano que passa, cria-se um problema para o senhor e para a Paróquia, mas um problema agradável, porque o entorno, enfim, com a EPTC e com os diversos órgãos, fica resolvido. Então, quero mais uma vez lhe parabenizar, parabenizar a comunidade da Paróquia São Jorge e, ao mesmo tempo, convidar não só os Vereadores, mas a população de Porto Alegre, para que possam estar presentes na novena, na cavalgada, no dia 23 e na procissão do dia 29. Parabéns.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores também queremos saudar o Padre Vanderlei e dizer da enorme alegria de recebê-lo aqui hoje, até porque nós precisamos muito, a cada dia, renovar a nossa fé, as nossas esperanças, porque o mundo nos dá uma lição dos problemas que existem. A gente percebe que os padres fazem um papel muito importante na sociedade, porque as pessoas, quando estão com enormes dificuldades, se apegam, enfim, ao seu santo, ao seu padroeiro, à sua igreja, aos padres, sendo estes o grande elo de ligação entre o homem e Deus, e nós precisamos, sim, renovar a fé constantemente.

Eu tenho participado algumas vezes, Padre Vanderlei, da caminhada, da festa da Igreja São Jorge e tenho percebido o grande sucesso de conversão, diria, e de reflexão que a Igreja São Jorge oportuniza aos cidadãos porto-alegrenses nesse local. E também comungo com a idéia do Ver. Professor Garcia que todos nós deveremos estar lá nesse dia, porque V. Sª está, não só ali, inclusive salientando, mas também oportunizando, para os Vereadores e para todas as autoridades que estiverem ali, que compartilhem com os fiéis daquela comunidade. Parabéns, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, sucesso mais uma vez!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta; Revmo Padre Vanderlei, da Igreja São Jorge, é uma alegria muito grande tê-lo aqui, recebendo essa mensagem, esse convite, principalmente por termos alguma afinidade com o nosso Santo, São Jorge, militar de carreira, como bem falou V. Sª, cravado no coração, principalmente dos cavalarianos de Porto Alegre. Já vejo o sucesso, pelo comandante da cavalgada, nosso companheiro Armando. Desejo sucesso e, com certeza, nós vamos nos encontrar lá. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: É com muita honra que nós recebemos o Padre Vanderlei Mengue Bock, Pároco da Paróquia de São Jorge, na nossa querida Capital. Em nome da Bancada do Partido Progressista, dos Vereadores João Antonio Dib, Newton Braga Rosa e no meu, dou-lhe as boas-vindas. Que bom que o senhor está aqui nesta Casa, trazendo essas bênçãos, essas graças de São Jorge para nós. Hoje, pela manhã, estive na EPTC e vi que eles já estão se movimentando para proteger a procissão de São Jorge, a Cidade já está se preparando para isso. E agora o Pároco vem aqui para convidar os Vereadores para participarem da novena e da Festa. Eu gostaria até de sugerir que a Paróquia orientasse um dia da novena dedicada à Câmara Municipal, para que nesse dia possamos estar lá mais fortemente e receber as bênçãos através de São Jorge.

Eu faço votos de que a Festa seja plena de êxito. É uma honra para a Cidade essa Festa constar no Calendário oficial de eventos. Parabéns, Padre, continue com a sua missão belíssima de evangelizar, levando Cristo a toda a sociedade. Muito obrigado e meus parabéns.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. RAUL: Verª Maria Celeste, Presidenta, é com grande satisfação que eu trago a saudação da Bancada do PMDB, e dos seus Vereadores Bernardino Vendruscolo, Sebastião Melo, Haroldo de Souza e meu, ao Padre Vanderlei Bock, o Pároco da nossa Igreja São Jorge, situada no Partenon, localidade em que eu, como médico, atuo. Sei muito do trabalho da Igreja São Jorge, e muito nos honra em estarmos aqui como Vereadores e podermos nos associar a essa festividade, a 54ª de tantas que ainda virão. Quero dizer da nossa solidariedade junto ao povo de Porto Alegre e do nosso reconhecimento ao trabalho que a Paróquia vem prestando para a comunidade.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ERVINO BESSON: Presidenta Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, meu caro Padre Vanderlei, Pároco da Igreja São Jorge, em nome da Bancada do PDT - em meu nome e dos Vereadores Nereu D'Avila, Mario Fraga, Márcio Bins Ely e da Verª Neuza Canabarro, nós queremos saudá-lo e parabenizá-lo, que o senhor transmita o nosso abraço a toda essa grande equipe que trabalha nesse grande evento. Sem dúvida nenhuma, esse já é um evento marcado na história da cidade de Porto Alegre. Hoje, pela manhã, a gente ouviu uma pesquisa sobre as instituições mais lembradas, e as forças armadas estão em primeiro, e a crença religiosa está em segundo lugar. Isso demonstra a credibilidade de um povo que, de fato, necessita sempre da palavra de Deus nesse mundo em que vivemos hoje. Vocês, Padres, têm essa grande missão de levar a mensagem para esse nosso povo, que é um povo bastante sofredor. Portanto, nós queremos parabenizar e desejar que essa Festa seja de grande êxito, como todas. E tem uma novidade este ano, a cavalgada. (Mostra a fotografia.) Está aqui o São Jorge a cavalo, um símbolo, matando o dragão - que coisa bonita! Quero parabenizá-lo por essa grande idéia da novidade da cavalgada. Parabéns, e se Deus nosso Senhor quiser, pelo menos numa dessas novenas estaremos lá para prestigiar, sem dúvida nenhuma. Obrigado pela presença e obrigado pelo convite.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Maria Luiza está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. MARIA LUIZA: Boa-tarde Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero cumprimentar aqui o nosso querido Padre Vanderlei, parabenizá-lo por essa festa que está sendo organizada, e dizer da fundamental importância que tem a Igreja na vida de todos nós, porque na verdade, no cotidiano, no dia-a-dia, as pessoas acabam se envolvendo com o trabalho. Nós precisamos trabalhar a nossa espiritualidade, estar voltados para Deus em todas as nossas relações, quer seja na família, quer seja no trabalho, e, principalmente, Padre Vanderlei, na política, pois é necessário amolecer um pouco os corações dos homens no sentido de que possam, sempre, colocar a razão junto com a sensibilidade para podermos sentir as reais necessidades do povo. Nós, como Parlamentares, representamos o povo que nos colocou aqui. Nesse sentido, entendo ser extremamente importante termos essa sensibilidade e fazermos o equilíbrio entre a razão e a necessidade das pessoas que mais precisam. Muito obrigada e parabéns.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. VANDERLEI MENGUE BOCK: Acolhendo a proposta do Ver. Nedel, eu convido a Câmara de Vereadores a se fazer presente na nossa novena, no dia 17 de abril, numa terça-feira, à noite. Com muito carinho, nós queremos acolher a todos que se fizerem presentes, lá, às 19 horas.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Muito obrigada, Pe. Vanderlei. Com certeza a Câmara estará representada num grande número de Vereadores, neste dia, lá, prestigiando a novena, uma vez que nós temos, aqui, entre os nossos Vereadores, o Prof. Garcia que é um grande incentivador, já foi festeiro da festa de São Jorge, e está sempre nos lembrando dos compromissos em relação à sua Paróquia. Muito obrigada pela sua presença.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI (Requerimento): Nobre Presidenta, Verª Maria Celeste, solicito a inversão da ordem dos trabalhos. Em primeiro lugar, o período de Comunicações e depois o Grande Expediente, em função da homenagem ao Colégio Chico Mendes.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Adalcir Oliboni, que solicita a inversão da ordem dos trabalhos, passando-se, imediatamente, ao período de Comunicações. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam, permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Encerrado o período de Tribuna Popular.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Hoje, este período é destinado a assinalar o transcurso do 10º aniversário da Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes, nos termos do Requerimento nº 009/07, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, Processo nº 708/07.

Convidamos para compor a Mesa: o Sr. Vice-Diretor da Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes, Prof. Rudi Schnorrenberger; a Srª Coordenadora Cultural da Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes, Prof.ª Liana Melo André; a Srª ex-Diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes, Prof.ª Marta Sieradzki Cunha, e a aluna Kerollin Zamboni dos Santos, representante da Turma B 32, participante do Coletivo de Jovens da Escola.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações, como proponente da homenagem.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Exma Srª Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Verª Maria Celeste. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Hoje, a Câmara Municipal de Porto Alegre, com certeza, está se orgulhando de prestar uma homenagem para quem “é dez” e para quem faz dez anos de bons trabalhos para a comunidade de Porto Alegre.

Nós percebemos que a história da Escola Chico Mendes é muito rica, pela participação dos cidadãos e das cidadãs que ali construíram essa alternativa, até porque, lá em 1997, a própria comunidade, por meio de um plebiscito, deu um nome à Escola Chico Mendes, que era no próprio Parque Chico Mendes, ali então, nas associações, inclusive com a construção de madeira. Não havia condições adequadas, como hoje, que, graças a Deus, por intermédio da conquista de vocês e da comunidade, foi conseguido.

Pois essa Escola, que tem uma excelente estrutura e atende mais de 1.300 alunos, foi conquistada pelos cidadãos e cidadãs daquele Bairro no Orçamento Participativo da cidade de Porto Alegre. Vejam só como foi importante a unidade da comunidade, que priorizou a educação, construindo, acompanhando, porque a necessidade número um, ali naquela comunidade, foi a educação. E, hoje, toda a comunidade não só se orgulha, como também vários eventos ali são feitos. Tanto é verdade que, por exemplo, a grande assembléia do OP é feita nesse local.

Nesse sentido, eu queria parabenizá-los, em nome da Casa e do conjunto dos Vereadores – tenho certeza de que alguns irão se pronunciar aqui –, e dizer da alegria de poder compartilhar esse sucesso, essas ações que estão sendo desenvolvidas, durante a semana e no final da semana, com a festa, de terem ali as crianças um espaço com segurança, e, com certeza, uma educação para o futuro.

Nós estávamos, há poucos dias, aqui, discutindo que muitas e muitas escolas hoje não têm segurança para os filhos irem e virem, e há uma enorme preocupação dos pais e alunos, no sentido de que o Poder Público possa nos dar essa segurança, e que há enormes dificuldades em função da questão financeira, segundo a nossa Governadora.

Mas, vejam bem, se essas escolas estão dentro do coração do bairro, toda a comunidade conhece os pais e os alunos, e, possivelmente, se todos os bairros tivessem essa integração, nós não teríamos praticamente nenhum assalto, nenhuma intervenção, nenhuma forma de poder prejudicar nossos alunos. Mas o grande problema – posso citar aqui um deles –, no Morro da Cruz, por exemplo, de nós não temos Ensino Médio, há o deslocamento para outro bairro, com enorme dificuldade, e por isso temos uma enorme evasão escolar.

Parabéns ao Bairro, parabéns aos professores da Escola Chico Mendes, parabéns a todos os alunos, porque sabemos que sem vocês a Escola não teria sucesso. Tanto é verdade que todos aqueles que ali se formaram e saíram estão muito gratos pela educação que receberam e pelo ensinamento para a vida e para o futuro.

Quero agradecer e também dizer que fiquei muito feliz por propor esta homenagem. Em nome da Casa, nós parabenizamos e desejamos muito sucesso para toda a vida. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigado, Ver. Aldacir Oliboni.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Marcelo Danéris.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu fiz questão de falar, troquei o meu tempo com o Ver. Marcelo Danéris. Quero parabenizar o Ver. Aldacir Oliboni por trazer esta homenagem para cá. Nós temos várias escolas municipais fazendo aniversário, e este é um momento muito dramático da Educação no Estado do Rio Grande do Sul. Para nós é emblemático cantar parabéns, comemorar, junto com Escola Chico Mendes, os seus dez anos.

E eu vinha me lembrando de algo para falar mais aos nossos alunos, mas também para nós, professores, que na história do Peter Pan, quando a Fadinha do pó de pirlimpimpim quase morre, a forma de as crianças fazerem essa Fadinha sobreviver era gritando junto: “Eu acredito em fadas, eu acredito em fadas” – não sei se vocês lembram disso. E eu sempre comparo essa história quando nasce uma escola: digo que está nascendo uma nova fadinha no mundo, porque a escola, com seu “pó mágico”, com o empenho dos seus professores, alunos, tem um trabalho duro, muitas vezes exaustivo, muitas vezes irritante, desgastante, ela veio para fazer as crianças voarem, para fazer as crianças sonharem, como as crianças da história do Peter Pan. A Escola Chico Mendes assim nasceu, foi para uma comunidade extremamente carente, muito necessitada, de uma escola linda, de uma escola alegre, ela nasceu com esse destino, com essa missão de ser fada, de cada criança que entrar lá receber o “pozinho mágico”, sonhar, conhecer o mundo, viajar, e voar ao aprender. E essa Escola é assim, porque é uma escola acolhida, porque avalia para aprendizagem, e não para punição, não para assustar as crianças. É uma Escola que organizou diferentes espaços para as crianças aprenderem. Não tem uma única forma e estrutura, e as crianças se adaptam, se organizam, têm lá um espaço de informática, de música, de teatro, de arte, têm aulas diferenciadas, ou turmas diferenciadas, ou projeto de trabalho. É uma Escola que lutou para organizar a sua jardinagem, é uma Escola que tem vários níveis, e o problema da erosão, dos canteiros, então, criou um lugar de aprender a conviver com a natureza. Então, a Escola Chico Mendes é, com certeza, uma nova fadinha que veio embelezar o mundo das crianças.

Mas, muitas vezes, nós temos pessoas que repetem que não acreditam em fadas ou que não acreditam e que não investem em Educação. Então, cada vez que os professores são desrespeitados, que os recursos humanos são tirados, quando recursos materiais não são colocados nas escolas, quando não se valoriza a formação de professores, a gente está matando fadinhas, a gente está fazendo com que a escola perca a capacidade de fazer esse papel importante de construção de crianças felizes. Então, acho que o aniversário da Escola Chico Mendes é uma festa para se comemorar, mas é, também, uma festa para se estabelecer a resistência da Educação, para fortalecer a resistência da Educação, porque eu sempre digo: neste País os professores são valorosos sobreviventes, resistentes, lutadores, porque cada vez é mais difícil de dar conta dos problemas dos nossos jovens, das nossas crianças, dos inúmeros problemas que bloqueiam a sua aprendizagem, fazendo com que, muitas vezes, elas não cheguem à escola ou permaneçam na escola. Então, essa resistência, quando a gente pensa que vai melhorar, a gente tem mais um baque, a gente está sentindo isso, as escolas estaduais estão-se organizando, Verª Maristela. Nós vamos pautar, de novo, na CECE, o tema das Escolas Estaduais.

As Municipais, que já avançaram muito, que não podem perder e têm que avançar mais, estão de parabéns; muitas comemorando o seu aniversário. E principalmente parabéns por sua luta, por sua competência, por seu trabalho sério, mostrando que é possível fazer Escola Pública de muito boa qualidade, escola de sonho, de mudar a vida. Então, parabéns, Professores; parabéns alunos; parabéns à Escola Chico Mendes, e muitos belos anos de vida para vocês. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Neste momento convido a usar a palavra o Sr. Vice-Diretor da Escola, Professor Rudi Schnorrenberger.

Quero registrar também a presença dos alunos da Escola, que estão conosco nesta tarde. Sejam muito bem-vindos, aqui.

O Sr. Rudi Schnorrenberger está com a palavra.

 

O SR. RUDI SCHNORRENBERGER: Exma Presidenta da Casa, Srª Maria Celeste; digníssimo Vereador proponente desta homenagem, Sr. Oliboni; demais Vereadores presentes, Professores, alunos, pais ou amigos da Escola que estejam presentes, eu queria inicialmente agradecer esta homenagem e dizer da honra que sentimos de sermos convidados para estar aqui neste momento.

A Escola Chico Mendes conta, atualmente, com aproximadamente 1.400 alunos; temos três turnos: manhã, tarde e noite; e à noite, nós temos nove turmas de EJA, e eu gostaria de citar um nome, entre os alunos do EJA, que é o Sr. Dorval Araújo, que estaria presente, mas que até agora parece que não chegou. Temos também, nos fins de semana, o Projeto “Escola Aberta”, que é coordenado pelo Professor Hamilton, que está tendo aceitação, as atividades estão bastante desenvolvidas e estão servindo muito bem à comunidade.

Eu gostaria também de dizer que sábado, dia 14, nós teremos as festividades de comemoração dos 10 anos da Escola Chico Mendes. E eu gostaria de convidar todos os presentes para que compareçam às festividades desses dez anos de aniversário da Escola.

Muito obrigado pela homenagem e boa-tarde. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Muito obrigada, Professor Rudi, mais uma vez os cumprimentos desta Casa pelos dez anos desta importante Escola que atua numa das nossas regiões da periferia da Cidade, na Vila Safira, que tem um trabalho histórico, e eu dizia aqui para a Professora que o Sr. Araújo é patrimônio histórico já da Cidade de Porto Alegre, não apenas da Escola Chico Mendes, com mais de 80 anos.

O Ver. Aldacir Oliboni fará, no período em que suspendemos a Sessão, a entrega de um Diploma para a Escola.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h01min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 15h03min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. A Verª Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, alguns temas têm tido bastante relevância nos últimos dias, nos jornais, não apenas aqui em Porto Alegre, no nosso Estado, mas também em nível nacional. Dois temas me chamaram bastante a atenção: o primeiro é sobre a questão da discussão sobre a maioridade penal, e o outro que saiu esta semana em relação a pesquisas sobre pena da morte, se hoje fosse debatido no nosso País.

Eu fico bastante preocupada porque tudo aquilo que é arbitrário, tudo aquilo que é debatido em tom de ameaças, nós temos que refutar, porque uma coisa é a democracia; outra coisa é aquilo que, mesmo em uma Casa do Povo, nos coloca em constrangimento. E esses temas provavelmente, daqui a pouco, nós estaremos debatendo aqui na nossa Casa.

Sobre o tema da questão da maioridade penal - que é claro, eu quero só iniciar aqui, Verª Neuza, o primeiro debate -, o que nós mais vimos são pesquisas. E uma pesquisa que a nossa Senadora Patrícia Saboya, do Partido Socialista Brasileiro, realizou junto ao IBGE e que diz respeito a vários países do mundo, mostra que a pobreza e a violência atingem especialmente as pessoas mais jovens, e nós todos sabemos disso.

O Brasil tem 25 milhões de adolescentes, cerca de 15% da população brasileira, segundo o último censo do IBGE. É um País marcado pelas desigualdades sociais, onde 1% da população rica, Ver. Ervino Besson - o senhor que fala tanto sobre esse tema -, concentra 13,5% da renda nacional contra os 50% dos mais pobres que detêm 14,4%, de acordo com dados do IBGE de 2004.

Tal desigualdade, nós sabemos, traz conseqüências diretas para as crianças e os adolescentes. Muito embora 92% das pessoas entre 12 e 17 anos estejam matriculadas na escola, 5,4% ainda são analfabetas.

Levantamentos, ao contrário do que argumenta, dizem que os nossos adolescentes são muito mais vítimas do que algozes nessa triste guerra. Segundo dados da UNICEF, 16 crianças e adolescentes brasileiras morrem, por dia, vítimas de violência. E as pessoas com idade entre 15 e 18 anos representam 86,35% dessas vítimas. Enquanto a taxa de mortalidade por homicídio de adolescente está em torno de 35 por 100 mil habitantes, a da população em geral encontra-se em 27 por 100 mil, segundo dados do Datasul. Não existe Nação, entre as 65 comparadas com o Brasil, em que os jovens morram mais vitimados por armas de fogo do que a nossa. O país é também ...

Srª Presidenta, eu não estou conseguindo expor a este Plenário, que está tão atento, se é que de fato interessa respeitar um Vereador que está na tribuna. Aliás, eu espero que não aconteça mais o que aconteceu ontem nesta Casa, onde não tem respeito...

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Srª Vereadora, por gentileza, eu parei o seu tempo, estou aqui assegurando o seu tempo, e, com muita calma e muita tranqüilidade, assim como no dia de ontem, conduzido pela Verª Maristela Meneghetti, nós conduziremos a Sessão, e solicito a todos os Srs. Vereadores e Sras Vereadoras que estão aqui no plenário e senhoras e senhores que estão nos visitando, atenção, porque há uma oradora na tribuna.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada, Srª Presidenta. Seguindo o raciocínio em relação à questão dos dados apresentados, o País é, também, hoje, o terceiro, entre 84, onde mais morrem jovens por homicídio.

Segundo estudos da Unesco, a morte por causas externas na população jovem brasileira é de 72% e, desse universo, 39,9% refere-se a homicídios praticados contra os jovens. Já em relação ao restante da população, a taxa de óbitos é de 9,8% e, desse total, os homicídios representam apenas 3,3%.

Por outro lado, de acordo com o Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente, o percentual de jovens com idade inferior a 18 anos que comete atos infracionais é de menos de 1% da população total nessa faixa etária.

É fundamental lembrar que, segundo dados divulgados recentemente pela Subsecretaria dos Direitos da Criança e do Adolescente e publicados no jornal O Globo, o Estado brasileiro gasta 4.400 reais, por mês, para manter um adolescente, enquanto que o ensino fundamental é de cerca de 1.900 reais por ano. Ou seja, o custo de um adolescente internado equivale ao gasto com 28 estudantes do Ensino Fundamental. É evidente, senhoras e senhores, que há algo de errado nisso tudo. Mais uma vez, fica reforçada a tese de que o melhor caminho para prevenir a violência é o investimento maciço em educação.

Eu sei que o meu tempo está exaurido, quero continuar este debate em outro momento. Eu quero deixar claro à Verª Maristela Meneghetti que, em nenhum momento, eu questionei, aqui, o seu trabalho na Presidência, ontem, que foi excelente. Eu questionei, aqui, outro assunto, pois, provavelmente, durante o dia de hoje, nós teremos que conversar.

Obrigada pela tolerância, Srª Presidenta.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Verª Maristela Maffei, que, ontem, estava em reunião na Lomba do Pinheiro, na Comissão.

O Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Verª Maria Celeste, só para esclarecer, eu estive aqui todo o tempo, até às 18h, inclusive registrei presença. Só me dirigi à Lomba do Pinheiro para uma reunião extraordinária da CECE, às 18h30min, conforme está registrado, cumprindo um papel da Comissão desta Casa. Muito obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Exatamente o que eu falei, Vereadora, a senhora estava com a Comissão, a CECE, numa reunião na Lomba do Pinheiro, no dia de ontem.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria celeste): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Nereu D’Avila.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Srª Presidenta, Maria Celeste; na pessoa de V. Exª, quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste na TVCâmara, público que nos assiste nas galerias, venho a esta tribuna, hoje, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, falar em Comunicações a respeito de dois assuntos importantes que dizem respeito ao interesse da nossa Cidade. Tenho certeza de que irão colaborar com a qualidade de vida da comunidade porto-alegrense.

O primeiro deles diz respeito a um Projeto de Lei de minha autoria, o Projeto de Lei que, em realidade, atualizou um Projeto do Ver. Juarez Pinheiro, que reduziu o tempo de espera nas filas de bancos para 15 minutos. Como os Srs. Vereadores e as Sras. Vereadoras podem ver (Mostra jornal.), na semana passada, inclusive foi noticia nos jornais de principal circulação da Cidade, a SMIC, através da equipe de fiscais, comandada e chefiada pelo Secretário Idenir Cecchim, fez uma grande blitz e autuou uma série de agências bancárias que não estão respeitando a Lei Municipal, que reduziu o tempo de espera nas filas de bancos para 15 minutos.

Essa Legislação, de minha autoria, foi aprovada no ano passado, e nós temos certeza de que, através dessa Legislação, estamos colaborando com a qualidade de vida das pessoas, em função do rápido atendimento que irá proporcionar, tendo em vista o fato de que agora a fiscalização ficou mais fácil. Um fiscal anteriormente precisava esperar 30 minutos para autuar um banco que estava submetendo os seus clientes a aguardarem demais na fila de espera; agora, em 15 minutos, ele já autua a agência, o que facilitou o serviço da SMIC. E nós temos certeza de que isso não trará prejuízo, sobre hipótese nenhuma, ao sistema financeiro. E, quando digo prejuízo, tenho certeza de que nenhum banco no Brasil vai falir por ter que atender as pessoas em 15 minutos. Nós sabemos que hoje o setor da economia que mais lucra é o sistema financeiro. Muitas ações já se concretizaram e se organizaram no sentido de oferecer aos clientes agilidade no atendimento, seja através da Internet, seja através dos caixas de auto-atendimento e de atendimento eletrônico. Poucas operações ainda têm a necessidade exclusiva de atendimento no caixa. Então não é admissível que as pessoas tenham que ficar mais do que 15 minutos paradas numa fila de banco, inclusive entendemos que 15 minutos já é um tempo bastante superior ao de atendimento normal de qualquer empreendimento na iniciativa privada. Quinze minutos é bastante tempo, ainda mais se levarmos em consideração que o tempo para prestação de serviços bancários à comunidade, entre as 10h e 16h, já é um tempo exíguo. Ou seja, as pessoas que procuram o sistema financeiro por obrigação, que têm que ser atendidas principalmente no horário de almoço, quando saíam do trabalho e se dirigiam ao banco, ficavam paradas numa fila mais do que 15 minutos! No nosso entendimento, isso não é compatível com a realidade dos lucros apontados pelos principais bancos do nosso País, com relação aos grandes rendimentos e às grandes fortunas que tem gerado a especulação financeira.

Então, eu queria reforçar às Sras Vereadoras, aos Srs. Vereadores e ao público que nos assiste que este Projeto de Lei, de minha iniciativa, tornou obrigatório, em Porto Alegre - e mesmo assim muitas agências ainda não o estão cumprindo -, o atendimento dos clientes nas filas de bancos no prazo máximo de 15 minutos. Quero reforçar isso e aproveitar este Período de Comunicações para dizer que o Governo tem caminhado no sentido da exigência da cobrança dessa Lei. Quero cumprimentar o Secretário Idenir Cecchim e os agentes da SMIC, que fizeram um grande esforço, na semana passada, e autuaram agências no sentido de que a Legislação fosse cumprida.

O sistema financeiro recorreu às máximas instâncias judiciárias para tentar apontar alguma irregularidade de iniciativa no Projeto e não teve sucesso. Portanto a Lei está valendo; é uma Lei atual, que trouxe um benefício de qualidade no atendimento e na qualidade de vida da população na nossa Capital. E é importante que possamos utilizar desta ferramenta, que é a tribuna, para dar visibilidade a esta importante Legislação, votada por esta Casa, que se transformou em Lei e é um direito do cidadão porto-alegrense. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Informamos que o Ver. Newton Braga Rosa está representando esta Câmara Municipal na abertura do 8º Fórum Internacional Sobre Software Livre, a realizar-se no dia 12 de abril, às 15 horas, no Centro de Eventos da FIERGS.

Convido as Sras Vereadoras, para que possamos nos dirigir ao Gabinete da Presidência, para inaugurarmos a Galeria das Mulheres Pioneiras.

Passo a Presidência ao Ver. João Carlos Nedel.

 

(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Passo a Presidência ao Ver. Luiz Braz.

(O Ver. Luiz Braz assume a presidência.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Presidente Luiz Braz; Vereadores e Vereadoras, acho muito importante, numa época em que precisamos de solidariedade, que haja também solidariedade nesta Casa, especialmente junto aos Vereadores. Nós podemos ter um entendimento construtivo nesta Casa, isso é importante.

Mas, no meu espaço de Grande Expediente, Presidente Luiz Braz, eu gostaria de falar - acredito que na próxima semana nós deveremos votar - do Substitutivo de minha autoria que altera a Lei n.º 555, sancionada pelo Sr. Prefeito Municipal no dia 13 de julho do ano passado, que dispõe sobre a proibição de fumar em recinto público fechado. Como a Lei em vigor é extremamente forte, estamos dialogando com a sociedade que nos pediu – vamos dizer – uma flexibilização, pois as multas previstas são excessivas e também a possibilidade de cassação do alvará e a suspensão do mesmo. Então, encaminhei esse Substitutivo, fruto de diálogo com a sociedade, com todos os interlocutores. É claro que nós nunca vamos chegar a um consenso, porque, tristemente, no nosso País as pessoas têm que ter punição para que cumpram a lei. Essa é a tristeza. Poderiam cumprir a lei por um aspecto de patriotismo, de seriedade, de honestidade, de solidariedade e de espírito público, porque se eu infrinjo uma lei, eu estou também retirando o direito de outro. Então, nós tínhamos que ter essa solidariedade mais ampla, de respeitar o direito dos outros. E nesse caso, sobre a proibição de fumar em recintos públicos fechado, trata-se do respeito ao direito do não-fumante, de não ser um fumante passivo. E nós sabemos, senhoras e senhores, os transtornos que traz à saúde o hábito de fumar. No mundo, morrem cinco milhões de pessoas, por ano, em decorrência das doenças causadas pelo fumo. E nós sabemos que são várias; é uma listagem muito grande. No País, morrem 200 mil pessoas por ano em decorrência das doenças originárias do fumo. É claro que nós não temos, tristemente, estatísticas em nosso País que dizem, por exemplo, quantas pessoas morrem em Porto Alegre com o fumo. Pode-se fazer extrapolação, mas a extrapolação nem sempre é correta, porque há outras variáveis, não pode ser direto. Nós sabemos que se Porto Alegre tem 21% de fumantes, se morrem 200 mil pessoas por ano no Brasil, devem morrer 40 mil em Porto Alegre! Mas não é isso, não pode ser, porque se nós aqui temos outras qualidades de vida, de alimentação, de cuidados com a saúde, talvez esse índice não seja proporcional. Então, eu não posso dizer qual é o mal que traz isso à sociedade, à vida do porto-alegrense.

Porto Alegre sempre foi vanguarda, Ver. Luiz Braz, nós nos jactamos em ser a Capital da qualidade de vida, mas, Vereador, se eu estou fumando ao seu lado e o senhor não quer fumar, eu não estou permitindo que o senhor tenha uma qualidade de vida e eu estou tirando um direito seu de não fumar “por tabela”, como se diz. O senhor tem todo o direito de dizer que não quer fumar por tabela. Então, esse é o respeito que nós temos que ter pelo cidadão, pelo nosso irmão quanto à saúde.

Então, Porto Alegre também tem sido pioneira nesta Lei do fumo; Brasília já possui, em segundo vem Porto Alegre. Aqui ainda não está sendo operacionalizada a Lei porque ela necessita de alguns ajustes. E isso nós estamos fazendo, estamos tentando, desde fevereiro, colocar em votação, já está em ordem prioritária; acreditamos que, segunda ou quarta-feira, venha à votação.

Então, quero dizer o que estou modificando nesta Lei. Estou clareando, porque a Lei Federal de 1996 não é cumprida, Ver. Luiz Braz, justamente porque não tem sanção. Ora, se não tem sanção, eu posso fumar e nada vai me acontecer! Então, eu vou fumar, eu vou desrespeitar o meu irmão, porque não tenho punição? É isso que está ocorrendo com a Lei Federal. Mas essa Lei Federal pede que as sanções sejam colocadas pelo Governo do Município, e é o que nós estamos fazendo.

A Lei Federal deixa dúvida, por exemplo, quando diz que em lugar exclusivo para fumantes, será permitido ter atendimento a clientes, desde que tenha ventilação adequada. Essa ventilação adequada também é regulada pela Vigilância Sanitária, pela Anvisa, que tem normas e procedimentos, Ver. DJ Cassiá, V. Exª será beneficiado por essa Lei, porque V. Exª está num ambiente em que há muitos problemas com a fumaça. Vossa Excelência sabe que na fumaça há 4.720 substâncias tóxicas? Dessas, 80 são comprovadamente cancerígenas, Pitol - meu amigo Pitol, que fumava e agora deixou de fumar, porque ficou sabendo que tem 80 substâncias cancerígenas -, tem pólvora, tem formol – o formol é usado para proteger cadáveres -, tem veneno para rato! São 80 substâncias e eu posso até relacioná-las aqui. Então, estou deixando claro que tem atendimento a clientes. Também estou retirando a multa de aproximadamente R$ 400,00, passando para R$ 100,00; uma multa de mais fácil absorção. E estou pedindo que, em cada local, coloquem cartazes dizendo que o fumo não é permitido.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Com muita honra, Vereador.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: Vereador Nedel, obrigado pelo aparte. Eu creio que é de extrema importância, também, consultar a comunidade, para saber se a lei será aceita ou não. O senhor tem alguma pesquisa desses estabelecimentos que nos dê alguma segurança, quando da votação dessa lei, de que não haverá muita restrição? Como vai atender, por exemplo, o comércio? O comércio está aceitando a sua lei? O senhor pesquisou?

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: A Lei Federal já existe há dez anos. O comércio, os bares, todo mundo sabe da existência dessa Lei e da proibição existente nela. Em vários locais - em shoppings, em aeroportos, em igrejas, em hospitais -, o pessoal já está respeitando a Lei Federal, mas em outros locais, pela sua característica, não estão, ou não querem respeitá-la. Essa Lei já está em vigência desde julho, ou seja, há nove meses. Então, as pessoas ficaram sabendo por jornais e vão se adaptar, vão se adequar. Portanto, essas alterações, inclusive, irão beneficiá-los, e, especialmente, Vereador, vão proteger a saúde, um assunto que V. Exª defende tão bem na Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa. Muito obrigado, Ver. Luiz Braz.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver. João Carlos Nedel. Devolvo a presidência a Vossa Excelência.

 

(O Ver. João Carlos Nedel reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Ver. Carlos Nedel, neste momento, na presidência dos trabalhos - e muito me honra ser presidido por Vossa Excelência -, nobres colegas Vereadores, público que nos assiste neste período de Grande Expediente, eu quero tecer sobre três questões. A mais recente, a mais atualizada, não posso deixar de colocar aqui, é sobre a pesquisa do programa Polêmica, de hoje pela manhã, do apresentador Lauro Quadros. Ele fez uma pesquisa interativa, como costuma fazer: “Em qual instituição você mais confia?” E já não é mais surpresa, porque estava chegando a esse ponto, mas a diferença que hoje se nota nas instituições mais confiáveis, surgiu aqui: Forças Armadas - que são o Exército, a Marinha e Aeronáutica, com 49% de aprovação da população de Porto Alegre; após, a Igreja, com 20,39%; em terceiro lugar, a Imprensa, 13%; Justiça, 8%; Governo Federal, 3,29%; e o Congresso Nacional, 0,66%.

Acho que o nosso povo é sábio, porque no nosso Congresso Nacional, deveras, tudo é cargo, tudo é saber quanto cada Ministério tem de dinheiro; não interessa nem o nome do Ministério, não interessa nem o Ministro que vai ocupar o Ministério. Uma hora assume um Ministério, noutra hora assume outro; quer dizer, nós temos super-heróis do Presidente da República, formados em todos os Ministérios, porque não interessa o Ministério; interessa a bolada do Ministério. Por isso, nós estamos com 0,66% de confiabilidade e o Governo com 3,29%.

Há muito tempo eu falo que estamos na contramão da história. Na contramão da história, sim. Ontem, tivemos aqui um debate acalorado, necessário, pois a democracia exige. Chegamos a posições antagônicas, com a Casa dividida, mas isso é bom. E eu quero fazer um complemento, porque após a votação não pudemos falar. Ficou no ar, após o que aconteceu aqui, que há apenas duas alternativas viáveis daqui para frente. Uma é nós aprovarmos o Projeto e, principalmente, a Emenda que estende à Guarda Municipal - não é um privilégio, não; é um direito. Um direito que 99% dos funcionários da Prefeitura, do Estado têm e que só a Brigada Militar e a Guarda Municipal não têm. E nós somos todos iguais perante a lei. Não se sustenta na Justiça, de forma alguma; se essas corporações entrarem na Justiça, eles vão ter o direito ao seu vale-transporte.

Quanto ao custo dos ônibus, o que foi muito sabatinado ontem aqui, se nós estendermos este Projeto para que eles possam vir de casa até o quartel e ir do quartel para casa - apenas isso é que está em jogo -, não-fardados, não vai aumentar um centavo, porque esse cidadão, fardado ou não, estará no ônibus. Como é que vão alterar custos? Agora, se isso não acontecer, a segunda alternativa está latente. Basta os senhores falarem com a Procuradoria do Município, pois já há Processos lá e com pareceres favoráveis à concessão do vale-transporte. Então, pela lei, fardados, eles estão isentos e vão receber, também, o vale-transporte. Aí, sim, as empresas de ônibus vão diminuir o custo e terão que diminuir o valor das suas passagens, se a lei der o direito do vale-transporte àqueles que merecem. Esta é a minha colocação hoje, de cabeça mais fria, neste período de Grande Expediente.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. José Ismael, eu tenho dito - e digo quantas vezes eu tiver oportunidade - da admiração que este e a maioria dos Vereadores desta Casa têm pelo seu trabalho. Temos um grande respeito pela sua luta. Sobre o Projeto de ontem, Vereador, eu vejo que o policial fardado impõe respeito, acho que dá maior segurança aos usuários. Na linha que V. Exª levantou, eu acho que nós podemos abrir essa discussão, para que essas pessoas recebam, sim, o vale-transporte. Nessa linha que V. Exª colocou com muita tranqüilidade, com muita sabedoria, eu concordo com o senhor. De repente, nós podemos reabrir essa discussão nesta Casa, para que a gente possa resolver o problema dessa gente que nos dá segurança, com toda a dificuldade que enfrentam. Graças a Deus, nós ainda temos uma polícia a admirar pelo seu trabalho, pela sua lisura e pela sua honestidade. Sou grato a Vossa Excelência.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Obrigado, nobre Vereador, agradeço as deferências. Exatamente, Ver. Ervino Besson, neste mundo tudo é matemática e tudo fecha zero a zero. Se nós dermos o direito de eles virem à paisana para o quartel, não vai haver aumento nenhum no custo do ônibus; se nós dermos o vale-transporte, as empresas vão arrecadar mais, quem vai pagar é o Município. Mas aí eu quero ver as planilhas dos ônibus serem diminuídas e o povo pagar passagem a menos! Aí fecha também a equação em zero.

Agora, o dever é o homem fardado, mas ele também tem o seu sagrado direito, nobre Vereador, como indivíduo, de escolher se ele quer ir fardado para o serviço ou se ele quer ir à paisana, principalmente com essa insegurança, essa caçada que estão fazendo aos nossos agentes da Segurança Pública. Eu tenho certeza de que, se ele tiver o vale-transporte, ele não vai fardado, não! Ainda que ele vá ter o lucro dobrado, porque ele tem família para sustentar, mas é a sua integridade física, a família depende do seu sustento.

Mas acho que chegaremos, sim, a um termo comum, porque essas duas soluções são factíveis. A única que não vai permanecer, tenho certeza, é deixarmos como está, não fazermos nada. Eu estou entrando com um Pedido de Providências ao Sr. Prefeito Municipal para que ele pague o vale-transporte, o quanto antes, para não ter que pagar, retroativamente, uma bolada muito grande, porque, se 99% têm esse direito, por que 1% não pode ter esse direito? Será dificilmente sustentada na Justiça essa postura de não se pagar o vale-transporte para aqueles que não recebem. Se todos os funcionários públicos não recebessem, tudo bem, mas essa exceção vai contra o direito constitucional de que, perante a lei, somos todos iguais.

O terceiro fato é a nossa CPI do Apagão Aéreo. Pelos depoimentos a que estamos assistindo, que estamos acompanhando, infelizmente ela é inevitável, ou felizmente ela é inevitável, porque uma CPI não faz mais nada do que trazer a transparência do Poder Público para com o meio civil.

Em depoimento, o Presidente da ANAC, infelizmente, nesse contexto, o Sr. Zuanazzi é patente: nada viu, nada ouve, não sabe o que fazer e não fez nada. Mais de seis meses - mais de seis meses -, e para ele não houve morte, para ele não caiu avião! Para ele não houve filas, para ele não houve crianças dormindo nos aeroportos, passando fome, gente enfartando, morrendo! Disse que nada viu, nada ouviu, nada houve, que está tudo bem, que as empresas estão tendo lucros. Olha! Vamos bater palmas para esse grande Presidente da ANAC.

É necessário, sim; faltam mais controladores de vôo, faltam equipamentos, está no jornal de hoje. Um depoimento do Cindacta I diz que, quando o avião sai fora da telinha, o pessoal fica apavorado. Amanhã ou depois teremos outros acidentes, e quem será o responsável? Aquele que nada viu, aquele que nada ouve, ou o Presidente da República, que deixa o Ministro da Defesa, deixa um Presidente intacto na sua função? Mas não quer que saia uma CPI!

Finalizando, Sr. Presidente, quero me referir novamente às nossas Forças Armadas: 50% de confiabilidade entre sete itens pesquisados no programa Polêmica do nosso apresentador, grande jornalista e radialista Lauro Quadros. Isso vem reafirmar a postura que as nossas Forças Armadas tiveram ao longo da sua vida, sempre obedientes a um Comandante só, que é o Presidente da República. Nós não tivemos, nesta Nova República, um ato de desobediência militar ou mesmo civil contra qualquer ordem de S. Exa., o Presidente da República. Tudo sendo feito conforme as determinações do Comando, sem quebra - este é o detalhe importante! - de disciplina e de hierarquia. No momento em que nós deixarmos que essas pilastras sejam demolidas - a hierarquia, a disciplina, o respeito, o acatamento às leis -, com certeza nem as nossas Forças Armadas, nem o nosso Exército vão poder estar unidos em torno da lei, à disposição do seu chefe supremo, que é o Presidente da República, legitimamente eleito pela maioria do povo brasileiro.

Quero, aqui, parabenizar os nossos Comandantes Militares, os nossos Generais, que são, por formação própria, os líderes e comandantes desse processo da nossa instituição. Quero, também, dar os parabéns ao soldadinho, ao soldado mais humilde, a toda essa cadeia de hierarquia de obediência às leis. Não é submissão, não; é obediência às leis, convicta, clara.

Parabéns ao Exército, à Marinha, à Aeronáutica e a todos os brasileiros, porque eles realmente compõem e constituem essa instituição maravilhosa que são as nossas Forças Armadas. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e no Canal 16 da TVCâmara, quero saudar a todos. Eu falo em tempo de Liderança pelo meu Partido, o Partido Democrático Trabalhista, e agradeço, de uma forma muito cordial, muito fraterna, ao meu querido colega, Ver. Mario Fraga, pois hoje era o dia dele falar em Liderança - nós temos uma escala. Portanto, eu falo em nome do Ver. Mario Fraga, que me cedeu seu tempo, do Ver. Nereu D'Avila, do Ver. Márcio Bins Ely e da Verª Neuza Canabarro.

São nesses dias, em que a gente ocupa esta tribuna, que não gostaríamos de ocupá-la e falar no assunto que eu vou falar neste momento, que é a respeito da saída do Secretário de Segurança Enio Bacci. No dia 2, numa das maiores festas populares aqui do nosso Estado, a caminhada da Festa Nossa Senhora dos Navegantes, a nossa Governadora caminhou comigo durante todo o trajeto, e, num certo momento eu disse a ela: “Governadora, eu quero parabenizar V. Exª pela escolha do Secretário de Segurança, o Enio Bacci, pois ele é uma pessoa preparada, uma pessoa que tem conhecimento na área.” E ela me agradeceu dizendo: “Muito obrigada, eu preciso da ajuda de vocês e preciso da ajuda dos quadros do Partido.”

O homem vinha fazendo um excelente trabalho; mas o Brasil todo acompanhou, principalmente o Rio Grande, a forma como o nosso Secretário foi demitido. Eu podia usar outros termos, mas eu quero me controlar para não dizer alguma bobagem.

O Estado perdeu muito com isso, o nosso Rio Grande perdeu, 95% da população do Rio Grande, todos os Partidos. E eu quero agradecer aqui à maioria desta Câmara pela solidariedade que nós recebemos, principalmente da Bancada do PT, com a saída do Enio Bacci.

É lamentável que a Governadora sequer tenha dado o direito de defesa a um homem que estava fazendo um excelente trabalho na área de Segurança.

Há poucos dias eu estive lá na Secretaria de Educação, e quando eu cheguei aqui na Câmara, a primeira coisa que eu disse para os meus colegas de Bancada e para os Vereadores Luiz Braz e Sebenelo: “Dá vontade de chorar, dá vontade de chorar pelo que se viu na Secretaria de Educação”. Eu fui lá para resolver o problema de uma escola, a Alberto Torres, um problema fácil de resolver, facílimo! Era uma questão de classes que estavam estragando, para resolver o problema da Escola Alberto Torres. Só que - eu não sei... - passa para um, passa para outro, “o ofício não veio”, aquela lengalenga...

E uma área, gente, uma área que o Rio Grande estava admirando, e o seu Secretário, da Segurança, com um excelente trabalho, foi demitido da forma como foi! Há poucos dias - acho que alguns Vereadores receberam dos empresários... - ele conseguiu desbaratar uma máfia, a do crime organizado de roubo de cargas, aí em Guaíba. O Secretário conseguiu, em poucas horas, que a empresa recuperasse o roubo. É um trabalho de integração esse da Segurança Pública. Também em outros setores vocês acompanharam o trabalho do dia-a-dia do nosso Secretário.

Ontem, eram onze e meia da noite, eu recebi um telefonema de um empresário; ele estava reunido em Novo Hamburgo, chegou em casa e me ligou: “O que está acontecendo?” Está estarrecido esse segmento que gera economia para o nosso Estado!

Pelo menos um setor estava se destacando, com trabalho, com a seriedade da nossa Brigada Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, e, de repente foi isso o que aconteceu, foi esse o tratamento que a Governadora deu ao nosso Secretário.

A Governadora talvez não se tenha dado conta de que atingiu um homem que estava representando um Partido que tem uma história neste Rio Grande, uma história neste País! Isso vai ter reflexo. Sem dúvida nenhuma, vai ter reflexo! Infelizmente, quem vai pagar por isso - eu não gostaria que acontecesse a nenhum de nós, porque nós somos pessoas de bem, graças a Deus! - é o povo do Rio Grande. É o povo do Rio Grande! Pelo menos, meus queridos Vereadores e Vereadoras, principalmente meus colegas de Bancada, de todo esse episódio, de tudo o que aconteceu, hoje, eu acho que mais da metade do Rio Grande ouviu o relato do nosso Secretário - claro, tranqüilo, conhecedor e preparado. Mas lamentamos, porque nós temos uma história neste Rio Grande; nós estávamos juntos para tentar dar a nossa contribuição para tirar do atoleiro em que se encontra a terrível situação do nosso Estado. Infelizmente, o PDT foi violentamente desconsiderado.

Meus caros Vereadores, pelo menos vamos botar a mão no nosso peito e dizer que hoje nós temos, sim, um homem pronto, preparado, conhecedor, competente para ser o futuro Governador deste Estado do Rio Grande do Sul. Em cem dias, ele demonstrou que tem capacidade, competência e conhecimento, graças a Deus.

Muito obrigado, Sr. Presidente, e peço perdão a V. Exª por ter excedido um pouco o meu tempo, mas o assunto é de extrema importância.

Para encerrar, quero, mais uma vez, agradecer pela solidariedade da maioria dos Partidos que recebemos hoje, aqui nesta Casa, a Casa do Povo, Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado a todos vocês. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Aldacir Oliboni reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Mesa registra a visita orientada de 19 alunos da 8ª série da Escola de Educação Básica Rainha do Brasil e da professora Simone. Muito obrigado, sejam bem-vindos. (Palmas.)

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0157/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 022/07, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que concede a Comenda Pedro Weingärtner ao Artista Plástico Vitorino Gheno (Vitório Gheno).

 

PROC. Nº 0871/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 015/07, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que altera a ementa e o art. 1º e inclui § 3º ao art. 1º da Lei nº 8.244, de 10 de dezembro de 1998, que obriga os grandes supermercados de Porto Alegre a colocarem assentos dispostos no interior dos mesmos, reservados para pessoas idosas, ampliando a obrigatoriedade aos hipermercados e às lojas de departamentos e ampliando a reserva dos assentos a gestantes e a portadores de deficiência.

 

PROC. Nº 1618/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 007/07, que altera a redação do art. 3º e seu parágrafo único, da Lei nº 8.417, de 22 de dezembro de 1999.(atualização/laudo de avaliação/imóveis)

 

3ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1090/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 033/07, de autoria do Ver. Professor Garcia, que concede o prêmio jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha ao Senhor Walter Jone dos Anjos.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, a Pauta hoje está simpática: há só quatro Processos, nenhum apresentando dificuldades maiores, apenas um do Executivo, que altera um artigo de lei anterior em que imóveis foram avaliados, e essa avaliação precisava ser atualizada para que o Executivo pudesse ter mais recursos para seus cofres e, portanto, mais serviços para a Prefeitura. É claro que vai ser examinado, com bastante presteza, e será aprovado por unanimidade, sem dúvida nenhuma.

E, como eu disse, é muito gratificante ver que há poucos Projetos em Pauta, o ideal seria que tivéssemos muito menos e que voltasse a Pauta do tempo em que eu entrei aqui na Casa, quando a Pauta era destinada à discussão dos projetos em Pauta, como diz o nome, mas também para a apresentação de proposições, o que era muito importante. Mas hoje não há mais a apresentação de proposições, então eu encerro por aqui, dizendo: Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir Pauta.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; vou ser sucinto também, porque sobre o Projeto de nossa autoria, que está em 3ª Sessão, já me manifestei na 1ª Sessão de Pauta; o Ver. João Antonio Dib já teve a oportunidade de se manifestar na 2ª Sessão. E eu quero só, mais uma vez, enfatizar a alegria em conceder esse Título ao Dr. Walter Jone dos Anjos, que durante muitos anos tem assessorado a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento desta Casa; foi Procurador do Estado durante muitos anos, acompanhou o processo de emancipação dos novos Municípios. Coloquei também que agora, na segunda-feira, o seu filho, Luiz dos Anjos, vai assumir a Procuradoria-Geral da União, em Brasília.

E quero também referir a respeito do Projeto de Lei do Ver. Haroldo de Souza, que obriga os grandes supermercados de Porto Alegre a colocarem assentos dispostos em seu interior, reservados para pessoas idosas, ampliando a obrigatoriedade aos hipermercados e às lojas de departamentos e ampliando a reserva dos assentos a gestantes e a portadores de deficiência. Na realidade, o que o Vereador está procurando fazer é ampliar algo que já existe, permitindo que os demais também possam agregar aquilo que já existe na Lei. Então é algo meritório, porque, realmente, num País como o nosso... Lembro-me de que, no passado, nós dizíamos que o Brasil era um País jovem, que a juventude era a grande salvação do nosso País, e, hoje, o que nós vemos é que mais de 20 milhões de pessoas em nosso País têm idade superior a 60 anos, em função da qualidade de vida do povo brasileiro, que tem melhorado. Então, acho que todos esses Projetos vêm em boa hora, em bom tempo, e nos fazem refletir, cada vez mais, sobre o valor da vida e o que é a questão da longevidade para todos nós. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, Ver. Oliboni; meus colegas Vereadores e Vereadoras, o Ver. Dib propõe a Comenda Pedro Weingärtner ao Artista Plástico Vitorino Gheno - Vitório Gheno. Eu já disse ontem, quero repetir hoje: sou bastante avesso a prêmios, condecorações, no entanto, há alguns que são imprescindíveis, Ver. João Dib. Esse homem tem uma história nas artes de Porto Alegre, estava mais do que no momento de ser lembrado com a comenda de outro grande artista que é o nosso Pedro Weingärtner. Então, é em bom momento que a gente faz essa homenagem, até porque, estão faltando algumas coisas em Porto Alegre, Ver. João Dib. Já fomos melhores na questão de artes, na questão da cultura, do livro, das artes plásticas. Passamos por um momento de crise e, inclusive, na literatura, em que Porto Alegre sempre teve um papel destacado. Nós não temos sempre um Érico Veríssimo, um Josué Guimarães; temos, sim, o nosso Scliar, muito brilhante, muito lúcido; nós temos, sim, um Luís Fernando Veríssimo, mas nós não temos mais aquela plêiade de contistas que tivemos nos anos 70, e a cultura de Porto Alegre anda um pouco adormecida. Então, lembrar o Pedro Weingärtner, que é uma Comenda que nós damos aqui ao Gheno, é lembrar um pouco da importância de pessoas, artistas da magnitude destas figuras, como talvez agora a gente vá conseguir entender um pouco melhor quem foi Iberê Camargo, quando inaugurarmos o Museu ali na orla do nosso Guaíba.

Outra coisa impressionante: como nós temos dificuldade de entender, de dialogar, sobre essa água, esse rio, esse lago que nós temos aí.

Também queria comentar o Projeto do Ver. Haroldo, que obriga os grandes supermercados a colocarem assentos dispostos no interior dos mesmos, reservados para pessoas idosas, ampliando, obrigatoriamente, aos hipermercados e às lojas de departamentos, e ampliando a reserva dos assentos a gestantes e portadores de deficiência.

Porto Alegre caminhou bem, em alguns momentos, na questão da acessibilidade. Eu concordo com o Projeto, mas a grande questão - e eu queria dialogar com o Ver. Dib, que cobra muito e corretamente -, é a fiscalização. Ver. João Dib, se nós fossemos aplicar a Lei que nós já temos, hoje, seria uma maravilha. Também seria uma maravilha se na Av. Assis Brasil a gente pudesse pegar uma cadeira de rodas e lá circular com uma pessoa portadora de deficiência. No entanto, hoje não se observa, na Av. Assis Brasil, em especial, absolutamente nada. Então é impossível haver acessibilidade se a Legislação não é cumprida, se não há fiscalização. O problema é que esta Cidade está deixando de fiscalizar, esta Cidade não está cumprindo a sua função. Veja o que disse “Her” Beto Moesch esta semana, na imprensa, mais uma vez: que agora é o Judiciário que determina o que pode e o que não pode, e que ele acha que assim não dá, porque é o Judiciário quem está determinando. Ora, o Secretário pode fiscalizar. Poderia, por exemplo, fechar as baiúcas aqui na Av. Marechal Floriano. Seria um problema? Seria um problema, mas ele não faz, para isso ele não tem coragem e determinação, está abandonando o seu papel, como nós estamos abandonando o papel nas áreas de risco, senão nós não teríamos o problema que tivemos recentemente, na Zona Sul – o Todeschini conhece muito bem; o Comassetto trouxe aqui, inclusive, as fotografias.

Então, minha gente, colegas Vereadores, cidadãos e cidadãs de Porto Alegre, a lei é boa, a proposta é boa, mas sem fiscalização não existe legislação. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Verª Neuza Canabarro está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Ver. Aldacir Oliboni, presidindo a Casa; neste momento de Pauta temos um Projeto que estamos encaminhando para que fique no calendário da cidade de Porto Alegre: a escolha do rei e da rainha do Carnaval da Melhor Idade. É um evento que eu tive a felicidade de ver nascer, de assistir e é realizado anualmente no Cais do Porto. Tivemos, no ano passado, realmente um desfile de samba dessas pessoas com a experiência brotando, jovens da vida, que fizeram este concurso numa tarde toda maravilhosa com a presença do Prefeito e Vice-Prefeito da Cidade. Essa programação faz parte do Conselho Municipal do Idoso, e para que se repita todos os anos, pediram que o evento fizesse parte do calendário oficial da Cidade. Então, nós estamos encaminhando, a pedido da comunidade, dessas senhoras jovens e maravilhosas que amam a vida, que sorriem para a vida, este apoio. E tenho certeza de que a Casa haverá de apoiar esta nossa indicação, esta nossa iniciativa. Seria isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exmo Sr. Presidente Ver. Aldacir Oliboni, na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa; público que nos assiste nas galerias e na TVCâmara, venho a esta tribuna, hoje, em período de Pauta, para falar a respeito do Projeto de Lei de autoria do Ver. Haroldo de Souza, Projeto de Lei do Legislativo nº 015/07 - Processo nº 871/07 -, que altera a Ementa e o art. 1º e inclui o § 3º ao art. 1º da Lei nº 8.244, de 10-12-1988, que obriga os grandes supermercados de Porto Alegre a colocarem assentos dispostos no interior dos mesmos, reservados para pessoas idosas, ampliando a obrigatoriedade aos hipermercados e às lojas de departamentos, e ampliando a reserva dos assentos às gestantes e aos portadores de deficiência física. Primeiro, quero cumprimentar o Ver. Haroldo pela iniciativa e tenho vindo a esta tribuna trazer aqui a minha solidariedade a este tipo de iniciativa que visa a proporcionar conforto, principalmente aos idosos e, como foi bem grifado aqui, às gestantes da nossa Capital.

Acho que toda aquela movimentação, todo aquele Projeto de Lei que, por iniciativa de um Vereador, visa a aprimorar a qualidade do atendimento no que diz respeito ao comércio na nossa Capital deve ter o nosso apoio. Inclusive, eu tenho trabalhado muito no que diz respeito aos portadores de deficiência, que também acredito que estarão contemplados se aprovando for este Projeto. Tenho certeza de que este Projeto, na prática, traz um benefício pontual e verdadeiro, porque me relatava, esses tempos, aqui na Cidade, uma senhora que ia com a mãe muito idosa ao supermercado, e a mãe a aguardava enquanto fazia as compras porque, pela dificuldade na locomoção, não podia andar por todo o supermercado a não ser que tivesse uma cadeira de rodas que a levasse. Acho que para este tipo de caso é válido o Projeto, como também para a gestante que, às vezes, acompanhada de um filho adolescente, enfim, aguarda que o parente ou a pessoa que lhe acompanha até o supermercado faça a compra mais pontual, enquanto ela aguarda ali sentada por já estar com meses avançados de gestação, e não pode ficar empurrando o carrinho. Entendo meritório, Ver. Haroldo, o seu Projeto de Lei e quero dizer que todos esses movimentos que se articulam neste sentido devem ter o nosso apoio. Então, com relação a este Projeto, fica aqui o nosso apelo ao apoio, meritória iniciativa, cumprimentos ao Ver. Haroldo que traz para este Plenário e para esta Casa mais uma legislação que visa a um benefício da comunidade, fundamentalmente às pessoas de mais idade, com foco também às gestantes, o que nós entendemos oportuno e pertinente. Era o que tinha, Sr. Presidente, obrigado pela atenção de todos, um abraço.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento de um porto-alegrense amigo, Wilson Rodrigues, enterro de que participamos ontem, dono da Empresa de Serviço Rodrigues, família radicada, toda ela porto-alegrense. Eu gostaria da homenagem da cidade de Porto Alegre a essa pessoa maravilhosa, de bem, da nossa comunidade.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

 O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Muito obrigado.

A Verª Maria Luiza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARIA LUIZA: Boa-tarde, Sr. Presidente, nossos participantes aqui nesta plenária, Srs.Vereadores, Sras Vereadoras, e nossos telespectadores, inicialmente quero manifestar aqui a minha tristeza pela forma como foi conduzida toda discussão, ontem, aqui nesta Casa, em relação à liberação da farda dos policiais. Faço esta fala, nesta tribuna, não como uma pessoa que faz parte da família de um brigadiano - tenho um cunhado que se encontra na condição de praça - e também sou conhecedora por ter, na condição de Assistente Social, realizado um trabalho, por muitos anos, junto à Brigada Militar. Mas faço, sim, esta minha colocação de preocupação pela forma como foi conduzido o encaminhamento desse Projeto, nesta Casa, na tarde de ontem, porque me parece extremamente oportuno lembrar que o fundamento principal da discussão, trazida ontem, na proposta da Presidenta Maria Celeste, é, nada mais, nada menos, do que uma questão social, pois trata-se da vida de pessoas que prestam diariamente segurança à nossa sociedade.

Deixo aqui um questionamento: até que ponto a sociedade e nós temos o direito de entender que a gratuidade da passagem tem que se dar por intermédio da utilização da farda? Isso, na verdade, é colocar em risco a vida dessas pessoas que, muitas vezes, utilizam o transporte coletivo e quando estão com a farda, uma atuação muitas vezes acaba em tragédia, como foi o caso do Soldado Biasi, colocando também em risco a vida dos passageiros. E parece-me oportuno lembrar aqui que essa Lei foi aprovada e regulamentada, estando em vigor, há praticamente 14 anos, desde 1992. Então, não me venham dizer que essa proposta apresentada a esta Casa iria onerar a tarifa das passagens no Município. Se fosse assim, já haveria, nesses 14 anos, alguma modificação.

Entendo que todos os Vereadores tenham o seu posicionamento, mas eu não posso deixar de colocar a forma como penso e a forma como foi conduzida essa plenária na tarde de ontem. Nesse sentido, quero dizer a vocês que me parece oportuno, sim, que todos os Vereadores desta Casa, em conjunto, revejam uma forma de encontrar a solução e se que tenha um controle do Município em relação a essas passagens, porque, no momento em que essa Lei foi aprovada, e está em vigor no Município, há 14 anos, ela contou, sim, com o apoio dos empresários. Então, não vejo por que, agora, simplesmente, a gente voltar atrás. Acho importante todos os Vereadores discutirem melhor a proposta. O que ficou faltando, no meu entendimento, é uma forma de poder assegurar o controle no Município, porque o efetivo, hoje, de praças, em Porto Alegre, é de 2 mil homens.

E, como foi dito ontem, na fala de muitos Vereadores, alegando que outros segmentos também iriam entrar com pedido e solicitação de isenção de passagem, eu quero dizer que esse segmento da sociedade é prioritário, sim. São pessoas que, ao final do mês, percebem um valor bruto de mil reais, incluindo risco de vida, e o líquido, no contracheque, de 600 reais. Logo, entendo que seja importante a gente poder acompanhar e discutir melhor uma forma de ter um controle, por meio da Empresa Pública de Transporte e Circulação, em parceria com o Comando-Geral da Brigada Militar, e com os próprios comandantes das unidades. Trata-se aqui de uma questão social extremamente importante, porque eu digo que muitos Vereadores, com certeza, não vão entrar em determinadas comunidades, também não vão circular no centro da Cidade, com um colete escrito: “Eu sou Vereador”. Nesse sentido, parece-me extremamente oportuno que a gente possa, nesta Casa, se comprometer melhor e fazer uma discussão conjunta, para que a gente chegue a um resultado positivo.

Entendo que vários Vereadores, ontem, aqui, se opuseram a essa proposta, mas não posso deixar de manifestar a forma como penso, e a possibilidade, no meu entendimento, que existe, de que se possa discutir melhor para encaminharmos mais adequadamente e para que continue sendo um direito dos policiais, praças, no Município de Porto Alegre, a gratuidade, sim, mas com segurança. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Requeiro um minuto de silêncio em homenagem póstuma a Marco Aurélio Cassal Cunha, ex-motorista do nosso querido João Antonio Dib. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Muito obrigado.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Ver. Oliboni, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu ia deixar o tempo de Liderança para outra situação, mas, já que não há inscritos, venho fazer um relato da Feira do Peixe da Restinga, que ocorreu na semana passada.

No lançamento da Feira do Peixe, estavam presentes a Verª Maristela Maffei, o Ver. Carlos Comassetto, este Vereador, o Senador Sérgio Zambiasi, o Prefeito Fogaça e os Secretários Marco Alba, Idenir Cecchim, Pedro Gus, Nelcir Tessaro. Na oportunidade, a comunidade da Restinga me prestou uma homenagem, que eu quero repartir com os demais Vereadores, colocando-me como patrono da Feira do Peixe da Restinga. A homenagem me sensibilizou, e lembro-me inclusive da fala do Prefeito dizendo: “Olha, Garcia, tu não tens idade para patrono, que é algo que a gente leva por toda a vida”. Mas eu quero dizer que, ao mesmo tempo, isso me deixou bastante lisonjeado e também aumenta, cada vez mais, a minha responsabilidade para com aquela comunidade, e principalmente com aquele evento.

Neste ano, foram vendidas 15 toneladas de peixe: 12 de peixe resfriado e três de peixe vivo, que é uma situação bastante interessante: a pessoa escolhe o peixe na hora, ele é pesado, e a pessoa já leva.

Tivemos 18 mil visitantes, 36 expositores participaram, havendo um aumento de 9,6% em relação ao ano passado. Foram duas bancas de peixe vivo, quatro de peixe congelado, 12 de artesanato, uma banca de vinho, uma de hortifrutigranjeiros, uma de milho verde, uma de algodão doce, uma de peixe frito e uma do Inmetro.

Essa Feira possibilita mostrar o potencial de piscicultura que nós temos no Extremo Sul de Porto Alegre, mostrando seus diversos açudes. Além disso, pode-se contemplar hoje o nosso ônibus, que custa dois reais; e ida e volta são quatro reais. Imagine o senhor e a senhora, as pessoas se deslocando 25 quilômetros, gastando 4 reais, praticamente um pouco menos do que um quilo do peixe vivo que estava sendo oferecido lá na Restinga.

Quero trazer de público esta Feira do Peixe, que foi a 4ª, a iniciativa do aumento que está ocorrendo e, ao mesmo tempo, estimular que outros bairros da Cidade possam ver as suas vocações e fazerem algumas atividades, seja na área industrial, na área econômica. Esta aqui envolve a questão da gastronomia, envolve fomento e geração de emprego e renda. Queremos de público trazer esse registro e dizer que, neste ano, 15 toneladas de peixe foram comercializados na Feira, proporcionando um volume financeiro de 85 milhões de reais, com a circulação de 18 mil pessoas visitando nos três dias, quarta, quinta e sexta-feira. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, me sensibilizou muito a colocação da Verª Maria Luiza, que, na sua juventude, teceu comentários em relação à reunião de ontem.

A minha vida pública se iniciou na Secretaria Municipal de Transportes, e eu tenho orgulho de dizer que, antes de mim, ninguém calculou tarifas nesta Cidade; eu sei como elas eram outorgadas. E lá na Secretaria Municipal de Transportes, porque muita gente queria passe livre, e eu não dava, comecei a pensar uma coisa: um dos problemas do transporte coletivo em Porto Alegre - e depois generalizei para o País todo - são aquelas pessoas que dão o que não é seu - e é um problema -, até porque quem dá o que não é seu, de repente, também toma o que não é seu. Mas como vivia intensamente os problemas da Secretaria Municipal de Transportes - madrugadas e mais madrugadas feitas em todos os bairros desta Cidade -, de repente me dei conta de que muita gente falava sobre transporte como se entendesse dele, e também me dei conta de que um outro mal são as pessoas que falam do que não entendem - e também generalizei para o País. Então o Brasil tem dois males: pessoas que dão o que não é seu e também tomam o que não é seu, e pessoas que falam do que não entendem e atrapalham aqueles que entendem.

Mas, ontem, no entendimento deste Vereador, o que deveria ser analisado, e não foi, foi a falta de atenção dos Vereadores da oposição. No momento em que atingiram 18 votos contrários, pelo menos a autora do Projeto deveria ter votado. Ela estava no plenário, como estava toda a Bancada, e deveriam ter votado, e não votaram. E, na realidade, eu coloquei muito bem, com a tranqüilidade que me obrigo a ter, que o Projeto foi muito malfeito e foram incompetentes as Emendas a ele acrescidas, porque seguiram no mesmo ritmo da incompetência: falaram do que não entendiam, estavam querendo dar o que não era seu. O Projeto diz que os policiais militares hoje, fardados, não pagam, mas quero esclarecer também que a Câmara é que teve a iniciativa deste Projeto; foi aprovado pela Câmara, vetado pelo Prefeito, e a Câmara derrubou o veto. Não é bem assim como contam por aí, não. Vamos esclarecer os fatos.

Por outro lado, o Projeto malfeito, incompetentemente feito - porque lei é lei -, autorizava o cobrador do ônibus a exigir do policial militar não-fardado atestado de residência. Ele teria que apresentar, se fosse pedido, o atestado do quartel para saber em qual a corporação ele está alistado.

Então, foi um Projeto malfeito, mas o pior de tudo foi não terem dado quórum para se encerrar a votação e deixarem os policiais militares pensando que ganharam na votação. Fraudaram os policiais militares ontem! A oposição desta Casa fraudou! E eu não posso dizer diferente, porque eles saíram pensando que, não tendo dados os 19 votos, que seria o quórum, o Projeto teria sido aprovado.

E é isso que eu gostaria de dizer para a minha jovem e querida amiga; sei da sua preocupação de tomar conhecimento dos fatos, que não se iluda com os que batem palmas aqui ou vaiam. E não se iluda com aqueles que dão o que não é seu. Eu disse ontem da tribuna: eu queria ver quem dá cinco vales-transportes por semana para um desempregado. Ninguém vai dar aqui na Câmara; eu não conheço. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Sr. Presidente, eu só queria que fossem resgatadas as notas taquigráficas da Verª Maria Luiza, porque ela nos trouxe um dado interessante. Ela nos disse que o efetivo da Brigada Militar é de dois mil servidores. Eu gostaria que isso aí fosse confirmado através do Comando Militar da Brigada. Solicito enviarem as notas taquigráficas, porque dois mil é um número bem diferente daquilo que nós temos.

 

A SRA. MARIA LUIZA: Sr. Presidente, eu gostaria, Ver. Prof. Garcia, de esclarecer que são dois mil praças na Capital, em Porto Alegre.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Está esclarecido, Vereador? A Mesa encaminhará à DL sobre a busca dessa informação.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, se eu estivesse aqui, ontem, na hora da votação, eu teria definido a votação contrária ao Projeto que aqui foi colocado em votação.

Mas quero resgatar algo: quero dizer que eu tenho o maior respeito pela Presidenta, a Verª Maria Celeste, que é prerrogativa dela elaborar o Projeto que ela considera importante e, portanto, tem o meu respeito, porque vários Projetos também elaboro nesta Casa e, independente da posição. Por isso esta Casa é uma casa democrática. Nós temos que respeitar a iniciativa. Aqui nós temos uma divergência pontual com o Projeto da Vereadora, mas, no mérito, para mim, é muito grande, muito distante em relação ao que eu penso, ao que pensa a Verª Maria Celeste.

Mas acho que isso tem que ser resgatado, Ver. João Dib, porque era muito triste ver, nesta Casa, quando éramos situação, a roleta-russa que era feita em determinados momentos e a falta de respeito que havia, quando ocorriam divergências. Isso tudo tem que ser resgatado, porque eu não me senti bem em nenhum momento, ontem, quando aqui havia um efetivo muito grande da Brigada, inclusive armado.

Aqui não é o local para estar armado, com armamento de fogo. Aqui é a Casa do Povo, e nós não podemos nos sentir constrangidos. Mesmo que alguns achem engraçado, eu acho muito sério, porque eu quero ser vaiada, se não concordarem, mas eu quero me sentir tranqüila; tão tranqüila quanto os brigadianos querem estar nos ônibus ou em qualquer lugar, quando não sentem segurança; como qualquer cidadão ou cidadã quer se sentir em segurança.

O que tem de ser enfrentado é o desmantelamento dessa categoria, muito antes do PDV, da vergonha do salário!

Ontem, Ver. Haroldo de Souza, quando eu estava na reunião extraordinária da CECE, eu conversava com um brigadiano, que me dizia: “Vereadora, este colete que eu uso, qualquer 38 fura! Este coturno que eu estou usando é a metade do meu salário; eu tive de comprar!” Então, nós temos de enfrentar esse tipo de problema! Quando um bandido tem um problema com um brigadiano, se ele está fardado ou não dentro do ônibus, ele vai persegui-lo e assassiná-lo! Quando uma brigadiana ou um brigadiano estão no ônibus coletivo, se forem assassinados ou feridos, eles estão sob a proteção legal, porque, legalmente, sob a óptica do viés jurídico, eles estão em trabalho, fardados ou não! Então, o brigadiano, pela decência de sua formação, se sente na obrigação de, naquele momento, salvar, porque é do seu cerne, da sua ética, da sua formação, e, mais do que isso, quando ele se torna um brigadiano, em qualquer lugar em que ele estiver, ele assim se sente, e é sua obrigação também. Eu me sinto, sim, segura, quando eu estou próxima de alguém que está fardado, até mesmo se não for da Brigada Militar, Ver. Claudio Sebenelo. Também não acho que é isso que define. Agora, nós querermos achar que, com farda ou sem farda, nós estaremos resguardando aquela família, ou aqui alguém tem mais lágrima, ou não para chorar, quando morre alguém, é falso! Porque eu perdi muitos amigos brigadianos em assalto, fazendo bico, pela vergonha que é o salário, e também chorei com a mesma intensidade de tristeza que muitos choram quando cai um brigadiano assaltado, quando morre um cobrador, quando morre um motorista, quando morre um usuário. Então nós não podemos limitar a discussão que está aqui, levando em consideração apenas o uso da farda. Mas eu quero, com hombridade, dizer a todos que quero colocar as minhas argumentações quando essa galeria estiver cheia, por uma questão de decência. É muito fácil vir aqui, hoje, fazer discurso, quando as galerias estão vazias. Um Vereador é eleito pela sociedade para enfrentar as divergências, para enfrentar as diferenças, respeitar os encaminhamentos de qualquer Vereador, divergindo dele, ou não. E eu quero colocar o meu posicionamento, o meu voto, que não vou mudar; vou votar contra o Projeto, com todo o respeito que eu tenho pela querida companheira Maria Celeste. E quero dizer das minhas motivações, das minhas razões, olhando para aqueles que estiveram nas galerias; olhando com tranqüilidade, saindo daqui com tranqüilidade, pois eu não quero me sentir ameaçada por aqueles em quem confio.

Esta, sim, é a Casa do Povo, mas, Verª Maria Luiza, o dia que alguém não me reconhece como Vereadora, eu me sinto profundamente infeliz, porque a sociedade que votou em mim e me elegeu não está me reconhecendo. Eu não quero ter uma placa, mas eu quero que todo mundo me reconheça - seja por aqueles que gostam de mim, seja por aqueles que não gostam. Nesse sentido eu considero, fraternalmente, que a senhora está equivocada. Eu quero ser reconhecida, sim. Se tiver que colocar uma placa, se coloca, mas quem tem trabalho não precisa de placa. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver. Oliboni, na presidência dos trabalhos, colegas Vereadoras, colegas Vereadores, estamos vivendo momentos de muitas dificuldades; dificuldades na área da Segurança pública, de um modo especial. Não é uma coisa de pouca importância a queda de um Secretário de Segurança Pública de um Estado como o Rio Grande do Sul após 101 dias da posse do Governo. Muitas explicações nós gostaríamos de ouvir. Gostaríamos de ouvir, inclusive, a Governadora, mas ela prefere colocar um cidadão como o seu porta-voz, e isso distancia esse Governo cada vez mais do nosso povo. Nós ouvimos o Secretário de Segurança pública, mas muitas coisas estão sem explicação. Inclusive, ontem, nós vimos um debate na TV, e fiquei feliz em ver o Promotor Michel levantar algumas questões do passado recente, cobrar, e nós estamos vendo que questões que levantavam, que manipulações que foram feitas durante o Governo da Frente Popular, hoje aparecem os mesmos atores, os mesmos atores! Isso não é só aqui no Rio Grande do Sul, é no Rio de Janeiro, em São Paulo, é no Espírito Santo, no Brasil afora, são sempre os mesmos atores. Os sonegadores são os mesmos, eles sonegam aqui, têm os seus aliados em Santa Catarina. E, ontem, Verª Margarete, parece que eu estava vendo o título do filme “Bonitinha, mas ordinária”, quando aquela pilantra veio presa para o Rio Grande do Sul (Rosinara Schultz da Silva). Caiu como uma luva. Ainda bem que nós temos a Polícia Federal neste País, com salários melhores, com mais equipamentos; com problemas, é verdade, até tivemos uma paralisação recente. Eu estive lá, ontem, e vi, há problemas, nós reconhecemos, temos a humildade de reconhecer que nós temos limites no Governo Federal, que nós temos problemas, mas nós temos uma Secretaria de Segurança pública em nível nacional, com um gaúcho, o Luiz Fernando Corrêa fazendo, um trabalho impressionante – porque foi, inclusive, ele que, junto com o Delegado José Francisco Mallmann, desbarataram essa quadrilha, essa famosa quadrilha que enganava ou tentava enganar com o esquema da Finep. Então nós estamos num momento difícil, e eu, nesta semana, me dirigi aos companheiros do PDT e quero mais uma vez, com toda sinceridade, dizer que é preciso ter, neste momento, uma atenção especial às posições que o PDT deve tomar nos próximos momentos, tudo indicando a saída do Governo Yeda. Fazem bem, fazem bem os companheiros do PDT, porque a trajetória trabalhista, as reformas de base, a história do PDT na Educação, a história de Ferrari, a história de Pasqualini, de Goulart, de Brizola, estão no oposto do Governo do Estado. Portanto queria falar à Liderança do PDT que nós estamos atentos aos seus passos e que iremos torcer para que o seu Partido continue na trilha do trabalhismo e resgate as questões levantadas por Goulart (Presidente), quando foi derrubado pelos militares do Brasil. Nós somos solidários com essa trajetória do PDT, do trabalhismo.

Agora, nós queremos falar também dos problemas da nossa Cidade. Nós estamos num Estado Democrático de Direito, em que as pessoas se manifestam, porque houve aquele tempo em que um militar não podia se manifestar, mas isso mudou. Nós discutimos questões importantes aqui ontem, temos diferenças. Com todo o respeito ao Ver. Dib, manobras de plenário são viáveis, necessárias, legítimas, é o jogo democrático, ninguém enganou ninguém. Houve altercações momentâneas, porque eu tenho certeza de que nós, com a grandeza que sempre tivemos, vamos, inclusive, relevar algumas questões do momento quente do debate, porque aqui, independentemente das posições políticas, ideológicas, nós vamos garantir sempre o direito do voto das maiorias, o respeito. Nós jogamos para ganhar, mas, às vezes, nós perdemos, e a gente fica com a “cabeça inchada”, como quando perdemos no futebol, mas, aqui na política, nós estamos jogando com a Cidade, com o Estado, com o País. Nós somos duros opositores ao PSDB, mas nós achamos que o PSDB é um Partido importante, que faz oposição dura ao Governo Lula, é um Partido que tem que existir, como têm que existir o PSTU, o P-SOL, o PFL, que agora se chama Democratas. Afinal de contas, como democratas, nós queremos democracia, nós queremos a vitória do voto, da determinação e nós queremos que aqui se instale esse embate democrático em todos os momentos. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

(A Verª Maristela Meneghetti assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Adeli. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, se nós, simplesmente, quisermos reduzir a questão da Segurança pública a esse episódio da demissão do Enio Bacci, dizendo que os motivos que levaram Enio Bacci a se demitir estão, na verdade, vinculados ao lado da bandidagem, e os motivos que levavam Enio Bacci a continuar estavam exatamente do lado da sociedade, eu acho que nós estaremos, Ver. João Dib, exercitando um maniqueísmo extremamente perigoso para este momento em que nós vivemos. Eu não me lembro, Ver. Adeli Sell, de nenhum dos Governos passados que conseguiu fazer com que essa área da Segurança pública pudesse se tornar algo aceitável pelo conjunto da sociedade. Não me lembro, Ver. Ismael! Lembro-me do José Paulo Bisol, na época que o Partido do Ver. Adeli Sell governava o Rio Grande do Sul, e eu me lembro de todas as divergências que nós tivemos nesse período. A sociedade não aceitava José Paulo Bisol, e muitas vezes ele ficou em situação extremamente difícil, chegaram a, inclusive, dizer que, por uma das suas manifestações, quando ele dizia que o cidadão que estivesse apertado, com problemas financeiros teria que assaltar uma farmácia – foi quando assassinaram um proprietário de farmácia lá no bairro Partenon -, naquele momento, ele, José Paulo Bisol, estaria do lado dos bandidos. Ora! Eu conheço o Bisol, acho que é uma figura brilhante, mas ele não era uma figura para ser apontada para ser o Secretário de Segurança pública. Mas ele, em si, é uma figura brilhante, ninguém poderia dizer que o Bisol estaria do lado dos bandidos, mas acontece que os problemas trazidos nessa área de Segurança eram tão grandes, eram enormes, que, realmente, ele, um homem culto, não era capaz de fazer frente a tudo que acontecia.

Neste momento, eu tenho certeza absoluta de que a Governadora Yeda Crusius tomou aquele caminho que ela acreditava que lhe desse a possibilidade de governar. Ver. Elói Guimarães, eu, como cidadão, não gostaria, de forma nenhuma, que o Secretário da Segurança pública, após cem dias de Governo, fosse demitido, se afastasse. Eu gostaria que o Secretário de Segurança pública pudesse apontar para nós os caminhos necessários e, nas palavras dele, combatesse a bandidagem e desse tranqüilidade para as pessoas. Mas nós estamos, Verª Maristela Meneghetti, muito longe de chegarmos a ter tranqüilidade, como sociedade.

E ontem, o episódio que aqui aconteceu é reflexo disso, porque os brigadianos que aqui vieram, vieram com uma mensagem. Eles, brigadianos, se sentem inseguros ao andar pela Cidade, imaginem o restante da sociedade! Eles, brigadianos, sentem-se inseguros ao entrar no ônibus para trafegar pelas ruas da Cidade. E o restante da sociedade, como é que vai se sentir? Quem é que vai defender a sociedade?

Então, nós estamos, na verdade, longe de encontrar uma política de segurança pública que seja realmente saudada por todos nós. Infelizmente, aconteceu esse rompimento, essa ruptura que nós não queríamos. Eu, como membro de uma sociedade de que eu gosto e defendo, não gostaria que as coisas acontecessem dessa forma. Mas, por tudo o que eu conheço da Governadora Yeda Crusius, pela sua honestidade, pela sua retidão de caráter, eu tenho certeza absoluta de que ela ficou numa situação em que não lhe restava outra saída, não tinha outro modo de tratar desse assunto, porque sei que competência não lhe falta para governar o Rio Grande do Sul. Tenho certeza absoluta de que o passar do tempo vai nos dar a resposta de por que, realmente, a Yeda tem que tomar medidas duras como a da exoneração do Secretário da Segurança pública.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Luiz Braz.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, pessoas que aqui se encontram, ainda está repercutindo a Sessão plenária de ontem nesta Casa, quando houve baixaria, quando, durante mais de duas horas e meia, três horas, se digladiaram dois lados, não única e exclusivamente no campo político, mas também no campo particular, da vida particular das pessoas, e isso não foi bom. No meu histórico de 32 anos no Rio Grande do Sul, eu já fui premiado pela Brigada Militar, eu tenho diplomas, tenho muitos amigos na Brigada Militar, tenho um funcionário da Brigada Militar comigo, tenho profundo respeito pela Brigada Militar, mas eu não gostei da maneira como ela se comportou ontem nesta Casa. Todos, indistintamente todos, têm direito de estar em defesa dos seus interesses, mas não há necessidade da Brigada Militar lotar as galerias desta Casa, armados. Vereadora Maria Luiza, a reivindicação é um direito de todos, pode perfeitamente a Brigada Militar vir aqui na segunda-feira, quando estaremos votando esse Projeto - parece que ficou para segunda-feira -, mas venha calma, porque não vai me amedrontar, eu acho que não vai amedrontar a maioria dos Vereadores desta Casa. Venham com calma, sem aquela arrogância: “Eu estou aqui, nós precisamos disso!” Não! Vamos conversar e vamos dialogar, porque não se morre de susto; só “peru que morre de véspera”. A real é essa! Ninguém está, aqui, desafiando a Brigada Militar, não; o seu comportamento de ontem é que não foi legal.

E quando a Verª Maristela Maffei disse, aqui, que gostaria de falar uma série de coisas a respeito da reunião de ontem, e que só não falaria em função da ausência dos brigadianos nas galerias, a mesma coisa digo eu agora: vou esperar a segunda-feira para me pronunciar aqui e perguntar o porquê de quatro viaturas da Brigada Militar aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre, ontem, Ver. José Ismael Heinen. Quatro viaturas da Brigada Militar, gastando gasolina do cofre público para vir aqui trazer um contingente, trazer um enorme poderio militar para uma aprovação de um Projeto de benefício da Brigada Militar. Não há necessidade disso! E Porto Alegre está tão desguarnecida de segurança pública que não pode se dar o luxo de deixar 50, 60, 70 agentes de segurança, a tarde toda, no plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre. Eu até nem sei se o alto comando da Brigada Militar concorda com tudo isso que aconteceu ontem aqui, basta mandar o representante da Brigada, porque nós precisamos da Brigada Militar nas ruas.

Por falar em segurança, eu ainda não entendi bem o que aconteceu com o Enio Bacci, não entendi. E acho que a Governadora Yeda Crusius, nessa parada, foi frouxa, numa boa. Faltou para ela: não, eu vou manter o meu chefe na Segurança do Rio Grande do Sul, porque esta é a Secretaria que até agora deu o melhor resultado em cem dias de Governo. Agora, o que realmente aconteceu para, de uma hora para a outra, desencadear essa saída? Primeiro, os boatos de envolvimento de Delegados e, logo em seguida, a queda de Enio Bacci, que vinha se destacando como um dos melhores Secretários, dos últimos tempos, na Segurança pública do Rio Grande do Sul. Alguma coisa aconteceu por baixo, e eu gostaria muito, muito, que a Governadora Yeda Crusius deixasse esse assunto um pouco mais claro, um pouco mais detalhado, porque nós, que trabalhamos no serviço público, eleitos pelo povo, temos obrigação de dar resposta ao povo, ao eleitorado. E a Governadora Yeda foi eleita pelo eleitorado do Rio Grande do Sul, e ao seu povo ela tem que prestar contas, e não deixar essas coisas como subterfúgios; “eu tirei por causa disso”... Não, não! Seria disputa de beleza? Mas espera aí, estão brincando com a Segurança pública do Rio Grande do Sul. Então, são fatos que quando a gente entende, por exemplo, no futebol, o treinador não escala o principal jogador, eu digo: mas como, está boicotando o jogador, a torcida? Se não escala o melhor Secretário, também, agora, está boicotando? Eu só espero que o PDT - Partido do Secretário, eu ainda o considero Secretário, porque ele vinha se destacando como uma das figuras e representando condignamente o Partido Democrático Trabalhista, o PDT -, os meus amigos que integram o PDT, saibam cobrar da Governadora o real motivo por que foi dispensado Enio Bacci, para que a sociedade, através de vocês, tome conhecimento. E não pelos diz-que-diz-que de rua, pelos rumores em corredores, pelos bate-papos furados que normalmente acontecem na vida política. Vereador Mario Fraga, que o PDT seja firme, porque nós, do PMDB, estamos aguardando para saber: por que, mesmo, Enio Bacci não é mais da Segurança do Rio Grande do Sul?

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Haroldo de Souza.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidente da Sessão de hoje, Verª Maristela Meneghetti; nobres Vereadores e Vereadoras, eu vejo uma preocupação, hoje, sobre o que aconteceu no plenário no dia de ontem, que a mim não atinge em nada. Conheci, ontem, o Oficial mais graduado que esteve aqui presente; não sabia que viriam brigadianos fardados; troquei idéia com a Associação dos Cabos e Soldados; fui procurado pelas líderes das esposas dos militares - com essas eu troquei idéias -, agora, querer assassinar uma corporação, juntar tudo em cima de uma corporação! Num campo de futebol, se aceita um Coronel, um soldado armado conforme a lei. Se houve algum erro ontem, aqui...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Haroldo de Souza.)

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Srª Presidente, por favor!

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O seu tempo está assegurado, Vereador. Pode seguir.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Se houve, no meu entender, um desencontro, se é que a esta Casa o militar não pode vir da maneira que a lei lhe permite - aqui dentro talvez não -, que ele fosse alertado quando aqui chegasse. A arma faz parte, é a ferramenta da atividade, da profissão do brigadiano.

 

(Aparte anti-regimental.)

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Faz parte, sim, senhor! Tanto é que nos ônibus querem que ele ande armado. Não vejo essa preocupação. Podem até dizer que eu estava aqui para defender a Brigada; eu não estava, aqui, defendendo a Brigada. É um direito dos brigadianos buscarem o que todos os outros funcionários públicos do Estado têm. Estava também aqui a nossa Guarda Municipal, fardada, em cima do que estava sendo decidido, algo do interesse deles, pois eu acho justo eles também terem o direito ao seu vale-transporte. Se eles estavam errados, ontem, aqui, com certeza o Comando da Brigada já deve ter conhecimento, pelos depoimentos que estão sendo vistos hoje, aqui, e haverá de corrigir, porque não existe uma corporação sem hierarquia e sem disciplina. Agora, com o simples fato de que eles não podem reivindicar aquilo a que têm direito numa democracia, eu também não concordo; pelo simples fato de serem brigadianos, pelo simples fato de estarem fardados. Aí, eu acho que não. Nós estamos indo para o caminho oposto, indo para outro pólo da discussão. São cidadãos, no pleno exercício de seus direitos, na nossa plena democracia.

Respeito as decisões da maioria, respeitando as opções da minoria, também. Eu acho que nós estamos nos exaltando por nada mais ter acontecido ontem, como sempre acontece nos atos de homenagem a eles. Aí, todos batem palmas; aí, todos os enobrecem! Agora, quando eles vêm em busca de um direito que não têm, aí nós vamos ficar nervosos? Nós temos a obrigação de zelar pelos direitos iguais de todos os cidadãos brasileiros, gente! Se o cidadão é igual perante a lei, eu não acho justo, eu não concordo, não entra na minha consciência! Se 99% têm vale-transporte, teremos nós o direito, a desfaçatez de dizer que 1% não merece, infringindo a nossa Carta Magna, a nossa Constituição? Eu acho que não.

Nós queremos a democracia plena. Como falam muito do tempo do regime militar, se agora nós temos essa abertura maravilhosa, nós temos que cuidar para que ela seja consciente, seja democrática, principalmente preservando os direitos de todo cidadão - não de alguns cidadãos!

E nós não temos dois caminhos, gente! Vai ser muito difícil a Prefeitura, o Governo do Estado sustentar juridicamente o não-recebimento do vale-transporte, se nós não dermos o direito de eles poderem ir da sua casa ao seu local de trabalho, como todo trabalhador brasileiro, da maneira livre e soberana como eles querem ir!

Não podemos proibir. Este direito eles têm, como têm o direito também de receber o vale-transporte. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Srª Presidenta, considerando os gravíssimos, antidemocráticos fatos ocorridos nesta Casa na tarde de ontem, solicito a V. Exª que, antes de definirmos a Ordem do Dia da tarde de hoje, sejam suspensos os trabalhos desta Casa, para que os Líderes possam tomar uma decisão sobre quais encaminhamentos serão dados em relação aos Projetos de Lei da tarde de hoje.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, não há necessidade de reunião de Líderes: o Regimento Interno fala muito alto, art.172: a votação é contínua, não pode ser interrompida a não ser que, por uma fato extraordinário, a Presidência assim entenda. Portanto, nós temos que, em primeiro lugar, continuar a votação que foi iniciada ontem.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, evidentemente nenhum Líder é obrigado a isso, ninguém aqui é obrigado a nada, nós somos todos eleitos, democráticos, com direitos iguais, todos têm direitos iguais. E o que nós estamos querendo é exercer o livre e democrático direito ao diálogo.

 

O SR. ADELI SELL: A minha Bancada tem a posição do Ver. João Antonio Dib, há uma pauta; que continue sendo trabalhada como nós estamos trabalhando.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h01min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti - às 17h13min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Requerimento): Presidenta Maristela Meneghetti, nós estamos todos aqui tentando buscar uma saída que atenda a praxe e o Regimento. O Regimento estabelece que a continuidade da matéria, que ontem foi obstaculizada em face da falta de quórum, siga na presente Sessão. Então, a proposição que eu quero fazer ao Plenário, considerando a ausência da Presidenta, é para que se vote essa matéria às 18 horas; nós vencemos alguma matéria que está pendente e, às 18 horas, nós colocamos em votação. Então, eu faço este Requerimento para que a Presidenta o coloque em votação.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, a Câmara foi desmoralizada, ontem, quando houve 18 votos, e era o suficiente para continuar a votação. Nós fomos desmoralizados, ontem. Hoje não, porque nós vamos ter de cumprir o Regimento, ou, então, não há por que continuar havendo Regimento Interno e Lei Orgânica!

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Ver. João Antonio Dib, a autora do Projeto, no momento, está em representação na Assembléia Legislativa. De praxe, nós não utilizamos esse método.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, quanto à ausência da autora do Projeto, ela deveria ter votado o Projeto ontem, quando estava no plenário e não votou. A ausência da autora do Projeto não muda o Regimento Interno, que é claro, preciso e conciso: a votação será contínua, e só em casos excepcionais, a critério do Presidente, poderá ser interrompida. Excepcional não é ausência do responsável pelo Projeto. E, mais ainda, adiante diz: não havendo quórum, a votação será realizada na Sessão seguinte, cabendo, nesta ocasião, encaminhamento pelas Bancadas - o que não é o caso, porque ontem nós tivemos 18 Vereadores marcados no painel.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): É que nós não utilizamos esse procedimento de praxe, aqui na Casa, V. Exª sabe muito bem disso, Vereador.

Em votação o Requerimento do Ver. Elói Guimarães. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Vereadora-Presidenta, quanto ao Requerimento do Ver. Elói Guimarães, com toda certeza o Ver. Elói, com o seu conhecimento, tenta arrumar a situação, mas, na verdade, é anti-regimental. Então, o que o Ver. João Dib coloca, Ver. Elói, é a necessidade que nós temos de prosseguir a votação que foi, ontem, infelizmente, interrompida por falta de quórum, mas nós já tínhamos feito, inclusive, os encaminhamentos, só que os encaminhamentos têm que ser refeitos, porque, afinal de contas, não tivemos quórum. A votação não se deu, exatamente por ausência de quórum. Então, hoje, nós temos que imediatamente retomar com o Projeto e fazer os encaminhamentos.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu cancelei uma ida minha à televisão, hoje, porque eu não me sentia com condições perfeitas para fazer essa ida à televisão, mas eu estou aqui para cumprir o Regimento, e sempre vou ter profunda admiração por quem foi Presidente, várias vezes, na Comissão de Justiça, e foi Presidente da Casa, mas fazer uma proposição que não tem nexo... Ou então nós rasgamos o Regimento Interno e não precisamos mais... Fazemos ao sabor dos acontecimentos. Não tem sentido. Ontem eu já tive problema quando eu disse que tinha que haver maioria absoluta, até que a Comissão de Justiça disse que tinha que ser maioria absoluta. Agora, hoje, nós vamos mudar o Regimento Interno. Mas, como? Nós não podemos nos desmoralizar. Não tem sentido essa desmoralização que está querendo se dar à Casa, ao seu Regimento Interno, à Lei Orgânica. Nós, quando assumimos, juramos dizendo que nós vamos cumprir o Regimento Interno e a Lei Orgânica do Município. Olha, pelo amor de Deus, eu não vejo o porquê de toda essa coisa que está sendo feita agora. Ontem houve desprezo pelo Plenário do Legislativo; 18 Vereadores votaram; 10 estavam ali parados e não colocaram o seu voto. Nós teríamos resolvido o problema, ontem. Não podemos procrastinar tentando resolver ao sabor dos interesses. Então, encerra a Sessão, que fica mais fácil. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA (Questão de Ordem): Srª Presidenta, para evitar que um Requerimento vá desencadear, de novo, um desfile de discursos, eu queria dar uma sugestão: é possível nós suspendermos os trabalhos e marcarmos o reinício dos nossos trabalhos para as 18h? Todos ficariam aqui, não é possível, assim?

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Não, Vereador, não!

O Ver. Elói Guimarães está com palavra para encaminhar a votação do Requerimento de sua autoria.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, em primeiro lugar é bom que se coloque, Ver. João Antonio Dib que nós, que carregamos a experiência, porque esta é uma Casa política, nós temos aqui um fórum político; por outro lado, nós temos duas ordens a observar: a primeira é o Regimento. O que o Regimento determina? Que a matéria seja submetida precedentemente, prioritariamente. Perfeito. Por outro lado a tradição da Casa tem feito com que, ausente o autor ou os autores, se encontre dentro da Sessão - estou dizendo toda a verdade - um mecanismo capaz de atender a ambas as partes.

Então, agora são 17 horas e 20 minutos, e, por certo, a Presidenta da Casa já assinou o instrumento que foi objeto da sua saída e estará aqui, a essa altura já avisada para vir, pois às 18 horas nós vamos votar. Então, eu acho que essa é uma decisão política que tem assento nas relações e no Regimento da Casa. Porque nós não estamos tirando a matéria – vejam, V. Exas. - da Ordem do Dia; só estamos encontrando uma forma, uma maneira para conciliar a cortesia que existe na Casa, a relação entre as Bancadas, etc., com o Regimento. É só isso que queremos fazer. Por isso eu quero que V. Exª submeta em votação.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Maristela Meneghetti, presidindo os trabalhos; colegas Vereadores e Vereadoras; nós temos de ter serenidade para decidir as coisas na Câmara. Ninguém ganhará nada, todos perderemos, se continuarmos num clima em que não se pode mais pedir educadamente para que se tenha tranqüilidade porque a autora da proposição, nossa Presidenta, neste momento, assina, com o Presidente da Assembléia Legislativa do Estado, com outra Casa, um convênio. Inclusive no art.172, Ver. João Dib, que me ouve com atenção, diz que a votação será contínua e só em casos excepcionais, a critério do Presidente, poderá ser interrompida. Portanto, a sensibilidade nos diz que a Presidenta pode, neste caso, fazer com que a votação seja postergada. Isso é o que diz o bom senso, isso também é o que diz o art. 172. Não tem constrangimento! Se fatos aqui ocorreram, são fruto do debate livre, do debate soberano, das idéias, das proposições e não vamos aceitar nenhum tipo de constrangimento, nem aqui no Plenário, nem fora do Plenário. Somos pessoas maduras, que o povo elegeu para a representação democrática da Cidade. Nós podemos votar hoje, podemos votar na segunda-feira, não haverá nenhum problema. E também é legítimo o que nós fizemos ontem, quando não tocamos a nossa tecla para que não houvesse o quórum, para que nós tivéssemos oportunidade legal - manobra de Plenário, algo que o Ver. João Dib está careca de saber e sempre foi feito aqui, é feito na Assembléia, é feito no Congresso Nacional. O senhor não se lembra do caso do atraso do relógio em uma Sessão, inclusive nesta Câmara? O senhor não se lembra disto? Vamos com calma, eu não vou entrar num estresse, em bate-boca que não vão levar à nada, porque aqui nós temos que decidir o dia-a-dia desta Cidade.

A Verª Celeste tem conduzido tranqüila e serenamente as questões nesta Casa e esse episódio de diferenças que ocorreu ontem vai fazer com que isso aqui vire um caldeirão? Que a gente vire um barril de pólvora? Não.

Nós temos aqui vários Partidos políticos, Partidos de um Vereador, de uma Vereadora, que estão aqui por que obtiveram o voto popular; e o seu voto vale tanto quanto o meu, que sou da maior Bancada. Não interessa se a pessoa foi eleita com 15 mil ou com 5 mil votos, a regra democrática está aqui no voto unipessoal; não é voto de liderança, como existe no Congresso Nacional, é diferente. Então, nós temos que observar essas questões. Eu queria, Verª Maristela Maffei, que a gente tivesse essa tranqüilidade. Minha Presidenta, Verª Maristela Meneghetti, eu acho que V. Exª conduziu o processo ontem, conduz bem o processo hoje e pode ter a tranqüilidade de que nós podemos votar quando a nossa Presidenta estiver aqui, porque é a autora do Projeto, e nós sempre observamos essa questão; por isso que a gente pede a sensibilidade de todas e de todos. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Adeli Sell.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Verª Maristela Meneghetti, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; eu também acho que se nós pudermos fazer um acerto, aí acho que o bom-senso deve prevalecer neste momento, mas eu não posso me furtar de fazer uma leitura do nosso Regimento, em nome do PMDB. E eu, Ver. João Antonio Dib, peço vênia a V. Exª para citar o art. 173, da subseção quinta, no nosso Regimento, que trata da votação. Art. 173, caput: “Anunciada a votação, com a presença da maioria absoluta dos Vereadores, o Autor e os Líderes de Bancadas, ou Vereador por ele indicado, poderão encaminhá-la pelo prazo de cinco minutos, sem aparte”. Aí, nós vamos lá no §4º: “Não havendo ‘quorum’, a votação será realizada na sessão seguinte, cabendo, nesta ocasião, encaminhamento pelas Bancadas que ainda não se manifestaram a respeito da proposição”. Isso é o art. 173, § 4º.

Eu vou repetir o §4º: “Não havendo ‘quorum’, a votação será realizada na sessão seguinte, cabendo, nesta ocasião, encaminhamento pelas Bancadas que ainda não se manifestaram a respeito da proposição. É isso que diz o nosso Regimento. Parece-me que esta situação está aqui. Agora, o bom senso também pode nos confortar.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Bernardino, é exatamente isso que nós costumamos fazer: sempre votar o Projeto com a presença do autor.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Eu só gostaria que V. Exª lesse o teor do Requerimento.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Ele não fez por escrito; ele fez um Requerimento verbal.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Então, que fosse só repetido para o bom entendimento de todos os Vereadores presentes. Acho que o Ver. Elói, se permitir, ele mesmo pode refazê-lo.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Portanto, Presidenta, nós reiteramos o Requerimento no sentido de conciliarmos essas duas realidades que são da natureza da democracia, que são o Regimento e a ausência da Presidenta. Então, o Requerimento é no sentido de se votar às 18 horas. Vota-se o Projeto às 18 horas.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib, o Requerimento, de autoria do Ver. Elói Guimarães. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) São 03 votos SIM, 11 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES. Total de 16 VOTOS. Não temos quórum.

Está encerrada a presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h35min.)

 

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